sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Surpresinha boa...

Estava eu hoje, a frente do meu computador, tentando escrever, ou mesmo escrevendo, um texto sobre o Rio ter ganho como sede das Olimpíadas de 2016 quando inesperadamente recebo um email de uma amiga de uma amiga minha, ou de amigos meus... Abandonei o que ia escrever sobre o Rio, terei outras oportunidades, para deixar aqui registrado o que senti...

Os leitores dos meus textos, que eu saiba, são só aquelas pessoas que sempre perturbo para que lêem o que escrevi e mais uns quantos que me acompanham, mas são todos digamos meus amigos, nunca imaginei que alguém de fora desse pequeno círculo, um dia, pudesse se interessar pelo que escrevo...

Bom, voltando... Olhando para tela do meu computador percebo o símbolo de envelope no canto direito da tela, claro que fui ver o que era e de repente me deparo com um email com o título de um post meu... Como assim?!?!?! Susto!!! Imediatamente abri para ver do que se tratava e confesso ter tido uma alegria única ao ler!

Essa pessoa, que não vale a pena entrar no detalhe de quem seja, me dizia que tinha acordado mal e que meio que sem querer descobriu o meu blog e que apesar de termos falado algumas vezes não nos conhecíamos, mas que, por causa de amigos em comum, tinha começado a ler com certa curiosidade o que tinha escrito em tempos atrás!

O post que ela cita é o Sons de um romance moderno..., com certeza um dos meus favoritos, diz que, apesar do tamanho, não conseguiu parar de ler e que quando acabou estava com os olhos cheios d’água. Neste ponto do email, eu, aqui sozinha, já estava toda arrepiada... Não conseguia acreditar! E então ela me escreve:

“Graças ao teu post já percebi porque estou tão irritada e o meu fim de semana vai ser sem dúvida mais leve.
Sei que pode parecer estranho… mas só queria dizer obrigada.”

Chorei!!! Confesso!!! Eu, nessa hora, era quem estava com os olhos cheios d’água! É tão boa a sensação de ter tocado alguém de forma especial através de palavras! Não tenho como explicar! Imediatamente, respondi o email...

“Quem acaba de ficar com os olhos embaciados agora fui eu… Escrevo por um prazer egoísta de registrar o que eu penso e, às vezes, o que eu sinto e fico muito feliz de saber que de alguma forma, não sei se positivamente ou não, ajudei alguém... Nem que seja a matar o tempo!

Esse post foi muito especial pra mim... Surgiu de uma idéia antiga e tinha muito sentimento real ali! Fiquei muito feliz de saber que gostou!

E apesar de não nos conhecermos (muito), todas as pessoas que conheço e que amo daí também sempre me falaram super bem de você! Acho que nos conhecemos pouco por capricho do destino, mas que ainda terão muitas outras oportunidades de nos conhecermos melhor... Principalmente quando vier visitar a cidade maravilhosa!”

Esse final claro embebida pelo sentimento nacionalista e orgulhoso de ser da primeira cidade da América Latina a sediar uma olimpíada!

Depois do email enviado, e quando retornei a escrita do texto sobre o Rio 2016, nada conseguia vir... Não conseguia pensar em mais nada além de que ficou faltando agradecer a essa pessoa pelo bem que ela me fez! Pela felicidade que me trouxe! Pela alegria que é ter realmente tocado alguém de forma tão especial através de um texto! Deve ser por isso que a realização passa por ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro...

Então, como ficou faltando no email, deixo aqui registrado... Muito obrigada!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Engraçado como a vida é...

Depois de 21 dias e devendo um post sobre a minha viagem pro Uruguai (que já foi rascunhado algumas vezes, mas ainda não está finalizado) venho hoje escrever aqui mais como uma reflexão...

Tenho duas grandes amigas que estão grávidas, uma delas pode ser que agora esteja dando a luz efetivamente, a outra espera para o início do ano que vem. Ambas esperam por meninos, o Lucas e o Theo e não tenho dúvidas de quão queridos eles serão! A “tia” aqui já está babando antes mesmo de nascerem!!!

Mas isso em si não é novidade. Final da semana passada, a minha bisavó (é tenho uma bisavó viva de 98 anos) levou um tombo e acabou sendo hospitalizada. O que tudo indica e que hoje deve ser confirmado pelos exames é que ela teve um pequeno derrame, em termos técnicos AVC – Acidente Vascular Cerebral. Essa é a novidade atual da minha vida!

Então, no último final de semana, quando fui visitar os meus pais, sai da casa da futura mamãe do Theo direto pro hospital. E é isso que acho engraçado da vida... É essa renovação, é o fim pra uns e o começos pra outros!

Quem tiver lendo, pode nesse momento, achar que estou com uma visão um tanto quanto derrotista em relação a minha bisavó, eu quero dizer que não é isso! Na verdade a amo demais e, de uma forma puramente egoísta, não queria que ela morresse nunca, queria que vivesse para sempre, mas olhando pra ela, velhinha, deitada na cama, com a fala embaralhada, confundindo as pessoas fico pensando se não está na hora dela descansar! Não sei o que vem depois, não sei no que acredito, mas ela, ela tem uma fé inabalável e tenho certeza que quando ela resolver ir, vai estar na paz! É isso mesmo, quando ela resolver ir, porque nunca vi ninguém com tanta vontade de viver como ela!

Aos 92 anos (se não me engano), ela teve um problema sério circulatório que a levou à amputação de uma perna. Quando todo mundo ficou preocupado, sem saber o que fazer, ela teve uma postura tão otimista e tão vivida que me serve de exemplo, de inspiração. Amputou a perna, aprendeu a andar de cadeira de rodas e de andador e, segundo as próprias palavras, nunca imaginou que depois de tanto tempo teve que reaprender a viver! Falou isso no discurso de aniversário e não houve ali que não ficou com os olhos marejados! E olha que tinha muita gente ao redor daquela mesa!

E muita gente, é muita gente mesmo, porque ela é querida por todos! Só de família, descendência direta, tem dois filhos, minha avó e meu tio-avô, sete netos, quatro da minha avó e três do tio-avô, e de bisneto, pela minha avó, somos cinco e sei de pelo menos dois pelo lado do meu tio-avô, ou seja, que eu saiba, somos no total, pelo menos, dezesseis! Dezesseis pessoas da família dela, num range de idades que varia de 80 a 10 anos, se parar pra pensar, só ficou faltando um tataraneto. Faço mea culpa neste caso, sou a bisneta mais velha, mas... Bi, desculpa, não deu!

Além dessa família toda, que sei que ela ama demais, a outra grande paixão, porque é um caso de amor doido, é pelo Flamengo. Inacreditável!!! No domingo, ela confundiu meu pai, falou algumas besteiras, mas sabia que tinha jogo do Flamengo contra o Internacional e fazia questão de assistir na televisão. Assiste a todos os jogos! Quando era mais nova e morava no Rio, ligava para o clube dizendo quem deveria ser demitido e quem deveria ser contratado! No natal, dei uma camisa oficial do Flamengo para ela... Olha, parecia criança! Vestiu assim que ganhou e não tirou mais do corpo! Quando nasci, me vestiram toda com o uniforme do time e até cheguei a torcer por um tempo, mas depois...

Falando de quando eu era pequena... Fui muito mimada quando criança (acho que nunca ninguém percebeu isso ;) ), tinha um exército de gente ajudando na minha criação e a Bi, essa esteve sempre presente! Revezava com uma das minhas avós quem ia me fazer companhia e isso durou até muito tempo depois que a minha irmã nasceu.

A Bi sempre participou da minha vida! Sempre queria saber como eu estava, acompanhou minha ida para Angola, sempre perguntava se eu tinha arranjado um negão (nas palavras dela, assim mesmo) e dizia que rezava para Nossa Senhora Rosa Mística para me proteger. Há alguns meses atrás, quando voltei de Angola e fui visitá-la, ela não me reconheceu inicialmente, isso me abalou muito e tenho certeza, que só por causa desse dia, hoje posso falar tudo que escrevi até agora!

Vivi 27 anos tendo a Bi por perto, só tenho que agradecer por isso e torcer para que, se agora, ela resolver descansar, que esteja na maior paz que possa encontrar! Tenho certeza que sem ela, nunca vou estar!!!

Um grande beijo, Bi!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ah... Os meus 26...

Há muito tempo que este blog está desativado e nada como comemorar o aniversário e fazer um balanço do ano para decidir reativá-lo. É bem verdade, e também realidade, que a freqüência talvez seja menor do que antes, mas o importante é que quando estiver com vontade vou deixar aqui os meus pensamentos. Apesar de não estar fisicamente do outro lado do oceano de casa, como um grande amigo disse, agora tenho pessoas queridas que deixei lá do outro lado!

Agosto de 2008, iniciei uma etapa da minha vida que foi trabalhar e morar em Angola. Duas semanas depois que cheguei ao país, completei 26 anos, passei meu aniversário em lugar distante, longe da minha família e amigos e rodeada de pessoas que não conhecia... Pra mim, que adorava comemorar meus aniversários com grandes festas (Lê-se churrascos) na casa dos meus pais, com night depois e todo um final de semana de eventos, essa seria a primeira vez que não fazia nada... Cheguei até a ficar um pouco triste, acho que me sentia um pouco desamparada... No dia mesmo do aniversário, voltando do almoço, a minha nova equipe de projeto comentou que os 26 anos eram os melhores anos da vida... Foi pensando nisso que resolvi aqui registrar um balanço desse ano que acabou na última quinta-feira! Prometo tentar ser breve! :)

A primeira conclusão que cheguei ao pensar sobre isso é que, se não foi o melhor ano, com certeza foi um dos melhores!!! Foi um ano que comecei a pensar mais em mim, nas coisas que gosto de fazer e no que sou eu, foi um ano de descobertas, de tentativas, de viagens... Foi um ano de paixões, novas e antigas!

Nesse um ano de vida tantas coisas aconteceram! Primeiro as viagens... Brasil, Angola, Portugal e Espanha. No Brasil, com exceção das viagens já habituais, comecei minha exploração ao nordeste, Salvador, Recife e Olinda foram visitados. Em Angola, ah!, em Angola, conheci Luanda e suas praias no entorno, fui a Benguela e Lobito e depois, Lubango e Namibe, viagens inesquecíveis... Até “hotel fazenda” (um lodge na verdade) conheci na primeira viagem ao Lubango!!! Espanha estive por pouco tempo, fui apenas a Madrid conhecer e visitar um amigo que conheci em Luanda. Sobre Portugal... Portugal é simplesmente lindo!!! Já contei das minhas viagens por Portugal por aqui antes, mas vale sempre relembrar como é lindo o país e só viajei de Lisboa ao Porto e conheci alguns lugares próximos a Lisboa, como o Portinho, a praia de Tróia e Setúbal. Balanço final, novas paixões: Angola, África (quero muito conhecer mais de lá!) e Lisboa!

Além das viagens, posso dizer que esse ano foi importantíssimo pra mim quanto às pessoas! Não pela primeira vez, mas depois de muito tempo, consegui me apaixonar de novo! Uma dessas paixões gostosas, que são inexplicáveis, que vão te dominando aos poucos e quando vê já está completamente envolvida. Dessas que a perna fica bamba com a expectativa de falar, de escutar, de encontrar, dessas que se contam os dias, as horas, os minutos para estar com a pessoa de novo e depois parece que tudo passou tão rápido! Mas, como quando um não quer, dois não brigam, e nem ficam juntos... Também, não pela primeira vez, e depois de muito tempo, me deixei chorar e aceitar que essa paixão, não pode continuar, eu então tive que aceitar, sentir e acreditar que os bons momentos vão ficar guardados na memória e que a amizade vai continuar... Sobre amizades... Nossa, tantas novas amizades... Amizades de todos os tipos... Amigos de toda hora, amigo de confidências, amigo de planos, amigos de viagens, amigos de night, amigos de companhia, amigos inesperados, amigos irmãos, amigos antigos e amigos novos... Pessoas que agora fazem parte da minha vida e que “morro” de saudades daqueles que não estão aqui comigo, mas que tenho a certeza de que em breve nos encontraremos de novo (fisicamente claro, porque hoje, pela internet, posso dizer que é um longe - perto). Ainda sobre amizade, uma das minhas mais importantes descobertas é que não precisamos ser iguais para sermos amigos e que amizades verdadeiras resistem até as ausências não justificadas (peço desculpas!!!) na esperança de que um dia as coisas retomem seus devidos lugares... Talvez e provavelmente não os mesmos lugares, mas que continuem presentes! Balanço final: Uma paixão, uma grande dor de cotovelo, novos amigos importantes e queridos velhos amigos (meninas, digo para todos aqui que amo vocês de verdade!).

Ainda neste mesmo ano, não satisfeita com tudo isso, comecei a correr, fiz aulas de surf, estou fazendo um curso de fotografia (simplesmente adoro), criei um blog, um twitter, um flickr, uso facebook agora, visito pouco o orkut, escrevi um texto para um jornalzinho, descobri novos e ótimos músicos, bandas e músicas... Dancei kizomba e também dancei sem música... Fui madrinha de um casamento e comprei um livro pro meu afilhado... Vou ser duplamente tia, duas amigas muito importantes esperam meninos... Decorei meu quarto, ganhei um quarto, e não desarrumei todas as minhas malas ainda... Trabalho em um projeto em inglês agora e conheci um americano e um italiano pelo Rio de Janeiro... Passeei com um amigo português por essa cidade maravilhosa e redescobri o porquê de ser conhecida como tal... Espero ansiosa a visita de mais alguns deles que dizem estar planejando vir, quem sabe!

Balanço final do ano: se os 27 forem pelo menos 50% do que os 26 foram, acho que já estou no lucro!!! :) Bom,pelo menos, estou começando bem, eu acho, primeiro final de semana, Uruguai, cidades, Montevidéu e Colônia... Mas isso é assunto pro próximo post, quem sabe?!?!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Menino na rua...

Nota: Quase 15 dias depois do último post, depois de muitas mudanças, e pouca vontade, um novo texto. Sou apaixonada pelo olhar expressivo de uma criança e esse texto surgiu de um que vi por aqui... Confesso estar sem muita vontade de passar por aqui, mas ficam fotos também para ilustrar este texto. Até!


E lá estava aquele menino, olhando para o monte de papelão, perdido em pensamentos e absorto pela realidade... Tentando descobrir o porquê daquele outro, que passou por ali meio sem rumo, ter rasgado aquela caixa que para ele era um navio que viajava tranquilamente por águas calmas, num movimento continuo de ir e vir. Não conseguia entender a razão do outro em rasgar o seu brinquedo se não estava fazendo nada demais além de balançar para frente e para trás num pedaço de lixo e deixando que a imaginação o levasse para lugares tão distantes daquela realidade quanto possível. A inocência da idade não permitia perceber a amargura e provável inveja que o outro sentiu por querer ser ele a poder navegar para longe daquele mundo.

Tempos atrás a realidade dele era bem diferente, mesmo com a pouca idade, já possui duas histórias de vida. Naqueles dias, costumava ser acordado de manhã pelo irmão, vestia seu uniforme e iam os dois caminhando para escola junto à irmã mais velha. A mais nova ia com a mãe, amarrada as suas costas, passar o dia vendendo pães pelas ruas da cidade. Seu pai, seu pai era candongueiro e saia cedinho para garantir a hora de pico no trabalho.

Essa época passou. O pai se envolveu com quem não devia, fez o que não devia, pegou o que não devia e não voltou mais para casa. A mãe não contou para os mais novos, mas eles sentiram que tudo tinha mudado. Acabaram as aulas, acabaram as festas e almoços, acabaram as danças em família, aumentaram as peregrinações, aumentaram as reclamações, aumentaram os choros e a rotina era outra.

A mãe, muito religiosa, pensou em desistir. Rezou por força, rezou por sorte, rezou por graça e pediu que levassem seus bebês para uma realidade melhor, para uma vida melhor, para um futuro melhor. Mas quando tentou, não teve sucesso. Talvez o melhor mesmo fosse tê-los sempre com ela, fosse poder vê-los crescer num mundo tão castigado e mesmo assim mantendo a dignidade e força para lutar.

Essa mãe zungueira, continua vendendo pão, mas agora, também lava roupa ajudada pela filha mais velha. Essa, sem idade, é quem diariamente faz aquilo que era rotina da mãe, ela quem cuida da irmã novinha, ela quem serve o café e ela quem arruma a casa. O irmão, também abandonou o curso. É necessário ganhar dinheiro, trabalha como cobrador do táxi, ajuda muito nas despesas da casa, mas não deveria, não é responsabilidade dele, não podia ser. E o menino? Ah o menino, ainda vê as coisas com os olhos infantis e ingênuos que a realidade ainda não corrompeu, por enquanto, ajuda a irmã a cuidar da mais nova. Ficam os dois quase sempre na rua, ali brincando em meio ao lixo, que para eles, naquelas mentes criativas conseguem transformar no maior e mais divertido parque de diversões.

Naquela manhã, lá estava aquele menino, na rua, olhando para o monte de papelão, perdido em pensamentos e absorto pela realidade que agora viu... Descobrindo o porquê daquele outro, que podia ser o seu irmão, passou por ali meio sem rumo e rasgou aquela caixa que para ele inocentemente era um navio que o levava para longe dali por águas calmas, num movimento continuo de ir e vir...



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sons de um romance moderno...

Nota: Pelo dia de hoje, uma historinha com as músicas que tenho escutado... Ah, o post é gigante! Para aqueles enamorados, feliz dia dos namorados!


Ela atravessa o escritório ao mesmo tempo em que ele escuta o verso “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”. Ela no seu passo apressado atrasada para uma reunião, ele, sentado à frente do seu notebook, em um open space do escritório, optou por colocar os fones de ouvido e escutar uma música para se concentrar no trabalho. Mas aquele andar com aquele verso, mudou tudo, acabou a concentração!

Ela não é linda, ela não é perfeita, mas alguma coisa, ah, alguma coisa mexeu com ele. Amor à primeira vista, não, mas um interesse genuíno, ingênuo (?) e curioso. Quem é ela? Ele nota que no caminho, ela parou para falar com alguém, quem é? Não acredita quando percebe que ele conhece também! “You've got me feeling like a child now.”

Ele consegue o msn dela. Não tem idéia do que pode falar, não sabe nem como que pode ser aceito depois de adicioná-la. Quem é ele para ela? Ele decide por um verso, uma música, “You are the kind of girl who can take down a man and lift him back up again”. Ela acha engraçado. Quem é ele? Ele nota um sorriso! Que sorriso! Ela pergunta, direto, sem meias palavras, sem indiretas, quem é você? E aquele clima de conquista, de paquera, de dúvida, de suspense, ele responde “Tell me, just what you want me to be”. Ela fica curiosa e uma semana passa e mais uma e outra. Ela ainda não sabe quem ele é, ele cada vez mais encantado com a brincadeira, com a meiguice e determinação dela.

Ao fim da terceira semana, ele acha que pode estar na hora de quem sabe se apresentar. Tem um show na cidade, compra dois ingressos, deixa em cima da mesa dela com um recado “If I've gone overboard then I'm begging you to forgive me.” Só isso. Ela entende o recado. Começa a acreditar que pode ser alguém do escritório. Olha em volta, tenta imaginar quem poderia ser, para o olhar sobre um rapaz, será? Sorri feliz com o convite, sorri sincero, mas seu olhar para o ingresso mostra dúvida e receio. Recebe uma mensagem dele, “Sorria mais, leve a vida simplesmente.” Tem certeza agora de que é alguém do escritório.

O show é em uma semana, ele não sabe se ela vai, a semana demora uma eternidade, os minutos não passam. Eles não se falam na segunda-feira, ela não conecta. Ele fica assustado. Ela conecta no fim do dia e é a vez dela mandar uma mensagem, “Say it's true, there's nothing like me and you.” Ele enlouquece, parece estar flutuando e só responde “Believe in me, help me believe in anything” e depois não resiste e pergunta se ela vai ao show. Não recebe resposta.

No dia seguinte, ela não aparece no escritório, assim como também não na quarta e nem na quinta. Mesmo não estando conectada, ele não resiste a enviar uma mensagem “How much longer will it take to cure this, just to cure it cause I can't ignore it, if it's love. Makes me wanna turn around and face me but I don't know nothing 'bout love.” Na sexta-feira, recebe como resposta, “’There's no need to complicate, our time is short.’ Eu vou!” E direta como sempre, perguntou qual era o número do telefone dele, prometeu não ligar antes do show. Ela não está no escritório. Onde estará? Ele passa o número e pede o dela, promete também não ligar antes da noite de sábado.

No dia do show, ele acorda ansioso, pensa o que vai vestir, o que vai falar, imagina como ela estará vestida, como vai ser aquele encontro. Admira a coragem dela de ir e pensa se ela já sabe quem ele é. O dia não passa, resolve então mandá-la uma mensagem no telefone, “So I'll say why don't you and I get together and take on the world and be together forever”. A resposta vem logo em seguida, “Save tonight, and fight the break of dawn.” Ele acha estranho, estimulante, apaixonante!

O show começa e ele ainda não a viu. Será que ela foi? Será que só estava brincando com ele? Dúvidas mil e mais uma mensagem, ela enviou para ele. Ele deveria encontrá-la, quando tocasse a música Butterfly ao lado da caixa de som a esquerda do palco. Ela foi, estava lá, só faltava tocar a música para que então se encontrassem.

Quando começou, ele já estava ao lado da caixa de som e a viu andar em sua direção. Linda, sorrindo, alegre por finalmente estarem juntos, ele só conseguia pensar em abraçá-la e beijá-la. Passaram a música toda agarradinhos como se fossem só um. O resto do show não foi muito diferente.

Quando o show acabou, ele insistiu para irem embora juntos. Ela disse que não. Foram embora sozinhos. Ele enviou uma mensagem de boa noite, “Crazy how it feels tonight, crazy how you make it all alright”. Ela não respondeu.

Na segunda-feira, ele descobriu que ela tinha ido embora, tinha mudado de país. Resolveu estudar fora por dois anos. Por isso aquela mensagem estranha no dia do show, por isso não foram embora juntos. Desde que ela foi, se falam sempre. São amigos. Ele quer combinar de se encontrarem no final do ano quando ela vier para as festas. Ela também quer! Por agora, escutam a música e lembram dos momentos que estiveram juntos.




Butterfly – Jason Mraz

I'm taking a moment just imaginin' that I'm dancin' with you
I'm your pole and all you're wearing is your shoes
You got soul, you know what to do to turn me on until I write a song about you
And you have your own engaging style
And you've got the knack to vivify
And you make my slacks a little tight, you may unfasten them if you like
That's if you crash and spend the night

But you don't fold, you don't fade
You've got everything you need, especially me
Sister you've got it all
You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all

Curl your upper lip up and let me look around
Ride your tongue along your bottom lip and bite down
And bend your back and ask those hips if I can touch
Because they're the perfect jumping off point of getting closer to your

Butterfly
Well you float on by
Oh kiss me with your eyelashes tonight
Or Eskimo your nose real close to mine
And let's mood the lights and finally make it right
But you don't fold, you don't fade, you've got everything you need
Especially me
Sister you've got it all

You make the call to make my day
In you message say my name
Your talk is all the talk sister you've got it all
You've got it all, you've got it all, you've got it all (2x)

You've got it all, you've got it all

Doll I need to see you pull your knee socks up
Let me feel you up side, down slide, in slide, out slide, over here
Climb in my mouth now child

Butterfly, well you landed on my mind
Dammit you landed on my ear and then you crawled inside
Now I see you perfectly behind closed eyes
I wanna fly with you and I don't wanna lie to you
Cause I, cause I can't recall a better days
I'm coming to shine on the occasion

You're an open minded lady
You've got it all
And I never forget a face
If I'm making my own
I have my days
Let's face the fact here, it's you that's got it all

You know that fortune favors the brave
Well let me get paid while I make you breakfast
The rest is up to you, you make the call

You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all

Cause I can't recall a better day
I'm coming to shine on the occasion
You're a sophisticated lady, oh you've got it all

You've got it all, you've got it all, you've got it all (3x)
You've got it all, you've got it all....

Butterfly, baby, well you've got it all

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O verde, o branco e o negro

Posso dizer que o último final de semana por aqui foi no mínimo atípico!

Começando por sexta que não fizemos nada, mas sexta, foi o dia do meio ambiente e por isso, no sábado, fomos todos plantar árvores para recuperar uma área desmatada do Mussulo.

A iniciativa foi louvável. Juntamos mais de 50 pessoas, todos nós uniformizados de camisa verde com o logo da Accenture, desde as 7 da manhã no embarcadouro e amimados para o evento. Mas nem tudo foi festa! A organização atrasou muito e só começamos efetivamente por volta das 10:00, 10:30, mas em grande estilo, com a televisão local acompanhando, um grupo de jovens daqui participando também, discurso do chefe máximo e (poucas, mas algumas) árvores para plantar.

Monta um grupo, cava um buraco, coloca uma muda, retira o plástico, um pouquinho de água, terra, água, terra, água e pronto! Sua árvore está plantada! Dizem que na vida uma pessoa deve plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho! Plantar árvore, feito (e mais de uma vez)! Escrever livro... Na era moderna, vale blog? Ter um filho... Pai, mãe, sei que adorariam ter um netinho agora, mas acho que ainda vão ter que esperar um tempinho! Afinal, se já tivesse um filho, já estaria realizada?!?!

Plantamos árvore e depois seguimos, a maior parte do grupo, para o Bar Sul. Fomos curtir uma prainha, dormir um pouquinho, pegar um solzinho... Acordamos muito cedo! Na verdade, cheguei a comentar, que poderíamos ter marcado as 5:00. Já que era para acordar cedo, pelo menos poderíamos ter assistido ao sol nascer... Mas vai lá... Duas horinhas de sono fazem a diferença!

Voltamos do nosso evento verde e fomos para casa! Nada de jantar fora! Tinha jogo de futebol e estávamos cansados e ainda pretendíamos sair. Confusões a parte, quem vai, quem não vai, pra onde vamos... Acabamos em uma festa num bairro chique daqui, oferecida por um português e que só tinha tuga, um pouquinho de zucas e menos ainda de Angolanos. Era festa de branco, pra branco e casa de branco! Festa branca!

Para entrar tinha que conhecer o dono e os homens tinham que levar uma garrafa de bebida. Imagina? A festa estava regada! Conhecer o dono, um amigo conhecia, levar uma garrafa... Olha, no Brasil, um Black Label é caro, mas aqui me pediram USD 180,00!!! Bom, não comprei claro! Fui num bar de brasileiros, chorei um pouquinho e consegui o mesmo por USD 75,00. Menos mal, não?

A festa estava boa! Muito cheia! Mas foi divertida! É bom variar os programas, ver gente (um pouco) diferente! Não ficamos até tarde, meus sapatos estavam acabando com os meus pés, mas conseguimos distrair! No dia seguinte estava bem cansada! Essa rotina de acordar as 5:30 da manhã todos os dias e ainda ter que acordar cedo no sábado me destruiu, não consegui fazer nada no domingo!

Resumo do final de semana: Dia verde pra noite branca e dia seguinte negro!!! :)

PS: Quanto ao dia dos namorados... Deixo o link de um blog que tem alguns textos, histórias e opiniões interessantes sobre relacionamentos!

http://nao2nao1.com.br/

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ai, meu amor...

Ainda no clima, o post de hoje é para falar de uma grande paixão!

O conheço há 8 anos e, desde a primeira vez que o vi, sabia que não conseguiria mais viver sem! É um misto de vicio, paixão, amizade e carinho! Sou dependente do olhar confortante, do amor incondicional e da felicidade gratuita dele!

Fico sempre impressionada com a capacidade de leitura sobre mim que ele tem... Sempre sabe quando estou feliz, quando estou triste, quando apenas preciso de companhia ou quando uma grande festa já é o suficiente! A felicidade de me ver voltando para casa, o abraço reconfortante e posso garantir que vejo um grande sorriso! Me sinto tão acarinhada, tão protegida quando ele deita ao meu lado ou simplesmente me olha com aquela carinha de carente!

Adoro ser acordada por ele! É incrível como, mesmo tendo dormido pouco, quando é ele a me acordar não tenho como não ficar bem humorada... Ah, mas e se eu quiser continuar dormindo? Ele simplesmente deita ao meu lado! Ai, a paz que ele transmite... Não consigo mais viver sem!

É saudade absurda, que me consome! Passear com ele me faz uma falta! Ou um carinho, um cafuné? Hummm... Ele é meu amigo, meu companheiro, meu confidente... Acho que seria capaz de fazer qualquer coisa se alguém o fizesse mal!

Mesmo com as fugas, com as brigas e com o temperamento raramente imprevisível, não consigo ficar brigada com ele! Vejo as fugas como a necessidade de alimentar aquele sentimento de liberdade, de vento na cara, as brigas... Ah, essas são para mostrar quem manda ali, quem é o macho alfa e é ele, claro, meu príncipe!

Não sei como existem pessoas ainda que não gostem de cachorros! O meu, o Bud, infelizmente não pode morar comigo, mora (e muito, muito bem) com os meus pais e com os nossos outros 3 cachorros, mas é ruim ter que viver longe deles! É tão ruim saber que não estou perto quando a idade vem chegando! Ai, cada vez que encontro está com o fucinho ainda mais branquinho, tá mais velhinho...

Hoje li uma reportagem falando do bem que um animal de estimação, principalmente cachorro, faz para uma pessoa, dizia até que ajudava a evitar depressão! Essas reportagens, pesquisas só podem ser feitas por dois tipos de pessoas, aquelas, que por algum motivo infeliz, não podem ter um amigo desse tipo ou aquelas que precisam mostrar com dados aquilo que todos os donos de cachorro sabem com sentimentos!

Esse post é em homenagem aos meus amores, o Bud, o Dino, a Blue e a Puppy!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Revivendo o passado... À Mulher...

Nota: São dois textos com dois pontos de vista, o post acabou por ficar grande! Eu hoje, particularmente, acho que são duas opiniões radicais...

“Carta da Amélia

O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até! Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passeava pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro. Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro prafuncionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos a mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecasdos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária...
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". QUE ESPAÇO, MINHA FILHA!!?? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz! Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim! E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre. Por que, me digam por que, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso... Tava na cara que isso não ia dar certo.
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor, nem de ter quesair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especialidades. Viramos "super-mulheres", mas continuamos a ganhar menos do que eles... Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGA!!!
Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... Ai, meu Deus, são 7h30, tenho que levantar!E tem mais... Que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", pois eu descobri que é muito melhor servir. Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia. Alguém mais se habilita? Antes eu sonhava, agora nem durmo mais.”

“Resposta a Amélia Enlouquecida...

O despertador canta antes do galo e olho para o lado e vejo aquele homem dormindo pesadamente, roncando ao meu lado e só consigo pensar se o que vou preparar para o café da manhã vai fazê-lo feliz e estará pronto antes dele acordar. Estou também exausta após ter lavado toda a louça de um jantar para os amigos do trabalho dele, que passei a tarde de ontem inteira preparando.
Hoje, eu realmente não quero ficar em casa! Adoraria poder sair, conversar com as pessoas, saber o que está acontecendo no mundo, no país, na cidade, no bairro ou apenas na minha rua e não só as coisas que se passam na cozinha, no quarto das crianças ou no banheiro de visitas. Mas... Tenho que arrumar as crianças para o colégio (esse ano, pelo menos, estudam no mesmo turno), passar aspirador de pó naquelas salas enormes, levar os cachorros para passear, esfregar aquele aquário e preparar um delicioso pudim de leite, no ponto, porque a mãe dele vem fazer uma visitinha no final do dia... Aposto que ele não estará e que terei que fazer sala até a hora de buscar minha filha no balé e levar o meu filho para escolinha de futebol.
Tudo que eu mais queria hoje era poder levantar um pouco mais tarde, tomar meu café da manhã, o que não precisa ser grande coisa afinal de contas me preocupo com a minha saúde e gosto de ver o meu corpo bem cuidado, pegar o Meu carro, dirigir até o Meu trabalho, voltar e buscar as crianças nas atividades extra curriculares, chegar em casa, tomar aquele banho relaxante, jantar e descansar no meu quarto ao lado de um homem de quem me orgulho e que se orgulha da sua esposa.
Seria realmente interessante saber quem é essa autora desconhecida que teve a infeliz idéia de dar um, ou melhor, muitos passos atrás e evocar as lembranças de uma época em que a mulher era apenas mais um utensílio utilizado pelos homens como empregada doméstica, babá, bibelô e parceira sexual. Ainda bem, existem mulheres um pouco mais “rebeldes” que lêem um texto como esse e sentem a mesma revolta que eu senti.
É fácil se contentar com passar os dias bordando, trocando receitas, lendo bons livros, decorando a casa e praticando jardinagem, mas será que é fácil passar semanas cozinhando cafés da manhã, almoços e jantares, lavando toda a louça, lendo sobre novas comidas, fazendo faxinas e ariando panelas? Realmente a vida deveria ser muito agradável para as Amélias que possuíam damas de Campânia que faziam todo o trabalho pesado.
Atualmente a mulher tem que ser mil para sobreviver, ter sua profissão e conseguir manter a saúde de sua família, Mas ela conseguiu “conquistar o nosso espaço”, espaço este que a cada ano que passa vem crescendo, as mulheres estão conquistando postos de trabalhos melhores e muitas vezes ganhando até mais do que homens. Pensamento pequeno dizer que a mulher tinha o mundo aos pés dela... Ela estava nos pés do mundo! O principal espaço que a mulher conquistou foi o mundo, foi a possibilidade de conversar sobre política, economia... E ainda falar sobre moda, culinária e livros.
Em um ponto concordo com nossa Amélia, os homens estão um pouco confusos, mas dizer que estão fugindo como o diabo da cruz... Isso parece mais dor de cotovelo, além de exibir um medo profundo da possibilidade de ficar para Titia... Realmente, acho que a autora nasceu algumas décadas atrasadas.
Antigamente os casamentos duravam para sempre e muitas vezes “nós, Amélias,” nos submetíamos a pouca conversa, ao descaso e a traições contínuas. Será que os casamentos duravam para sempre???
Hoje em dia temos o livre arbítrio para decidir se queremos um casamento assim ou não. Conquistamos o direito de conversar sobre assuntos mais interessantes do que o novo conjunto de panelas que a loja de departamento próxima a sua casa está vendendo, conquistamos o direito de sair com nossas amigas para jantar fora, para assistir a um teatro e até fazer uma viagem sozinha, isso tudo, sem medo, sem dependência. Temos liberdade para decidir, somos capazes de sair de uma relação em que não somos respeitadas e temos certa independência financeira.
Prefiro muito, trabalhar, ganhar meu dinheiro, ter que me arrumar e ainda ter pique para cuidar da casa do que ficar confinada entre quatro paredes e apenas servir.
Servir é bom Também, servir um uísque, um jantar a luz de velas numa ocasião especial, mas sem a obrigação, apenas por puro prazer. Ainda sobre querer alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesias, faça serenatas na minha janela... É óbvio que toda mulher quer, mas mimos, tanto deles como nossos, são necessários e muito saudáveis.
Não somos super-mulheres, somos mulheres que têm a chance conduzir a vida da forma que acha mais saudável, livre de costumes arraigados no passado.
Minha querida, se você quiser ser Amélia, boa sorte! Eu não abdico do meu posto de mulher moderna...”

Ai que saudades da Amélia – trecho da música

“Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade”

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um pouco atrasado, mas acho que a tempo...

Esse post vem com uma semana de atraso... Quando deveria estar contando do último final de semana e a plantação de árvores, vou, na verdade, contar do final de semana anterior a esse... Semana passada, só consegui escrever sobre sentimentos, ficou faltando os relatos de um final de semana, que conheci novos lugares e, de novo, me encantei com as belezas daqui e redescobri, mais uma vez, o porquê que gosto de estar por essas terras! Essa semana, novo post sobre o último final de semana!

Desde que cheguei por aqui ouvia falarem da praia da Palmeirinhas. Praia selvagem, oceânica e um pouco mais perto do que Cabo Ledo, mas mesmo assim, nunca antes havia ido lá! É verdade que tive uma tentativa, uma vez, mas acabamos por desistir por causa do transito, mas nesse dia fui à língua do Mussulo então... Foi bem compensado!

Voltando as Palmeirinhas... Depois do primeiro final de semana (o que fiquei exausta), a única coisa que decidi foi que não ia decidir nada nesse final de semana! E assim o fiz! E acabamos por ir à praia das Palmeirinhas no sábado! Fomos dois jipes lotados! Éramos 11 no total, paramos no shopping antes para comprar lanchinhos pro dia e seguimos viagem.
Atalhos, transito, atalhos, lava carros, estrada... Chegamos à entrada da praia, um pouco de terra e areia, visual da praia ao fundo... Estacionamos o carro antes da areia, subimos uma dunazinha e... Por que mesmo que não vim aqui antes??? A praia é linda! Longa, umas palafitas para quem queira montar acampamento ou entrar com o carro, um mar gigante e verde à frente, o céu azul, azul... Aquele dia simplesmente perfeito de praia! Mergulinho no mar, papinho na areia, solzinho, musiquinha... Soninho... Depois cartas, sim, sueca... Ai, ai, cansativo!!! Deixo três fotinhos!



Voltamos da praia e noite! Sim, sábado, né? Tem que ter! Fomos mais uma vez ao Chill Out, mas dessa vez fomos mais cedo! Jantamos no Caribe, grelhada mista, hummm... Depois fomos direto para a night! Começou cedo e terminou tarde! Éramos muitos, sai pela primeira vez com muitos que estão aqui há anos já! Muito divertida! Final da noite, quase 5, o Chill Out prestes a fechar, quizomba, rock, nós e mais uns poucos na pista... Fechamos a noite, exaustos!!! Mas sem problemas, mesmo que no domingo estivéssemos ressacados e moles... Segunda era feriado!!! E assim foi! Domingo, nada fizemos! Ok, ok, um filminho e um jantarzinho, macarrão com carne moída, ou melhor, para não ficar pobre segundo a Ana, Spaghetti a Bolonhesa... hehehe

Segunda então, acordamos, e... Feriado!!! Bom, então... Vamos pra praia e mais uma praia nova pra mim! Fomo para a ilha do Eládio! Na verdade, na verdade, não é bem do Eladio! Ele tomou posse depois de lá estar, mas é uma faixa de areia no Mussulo perto da ilha dos padres, onde tem uma igreja abandonada e destroços de construção... Alguns dos meninos disseram ter marcas de tiros, mas... Não fui à exploração! Dia super agradável de praia! Só o nosso grupo, a água demora a passar da cintura mesmo com a maré cheia! Lindo o lugarzinho... Deixo algumas fotinhos de lá também!

Fechamos esse final de semana com uma cervejinha e petiscos no Escondidinho! Minha terceira descoberta neste final de semana! Um barzinho, restaurante relativamente perto de casa, na região, para os que conhecem a caminho do Gameck, muito agradável! Não ficamos nas mesas com rede, mas algumas delas possuem redes que você pode ficar deitado conversando, com muita vegetação e uma gracinha! Com certeza um ótimo lugar para passar o final da tarde!

Esse final de semana foi delicioso! Lugares novos, belezas incomparáveis que valeram até uma reedição na minha Top Five List das praias daqui! Digamos que os dois primeiros postos não foram alterados, mas o terceiro e o quarto agora possuem novos donos! Fica assim então:
1- Língua do Mussulo
2- Praia dos Surfistas
3- Palmeirinhas
4- Barra do Kwanza
5- Ilha do Eladio

PS: Essa semana, em homenagem ao dia dos namorados... Todos os dias, vou tentar, algum comentário, link ou relato relacionado ao tema! Frivolidade? Romantismo antiquado? Tolice? Relevância? Não importa... Hoje, o link para o blog Papo de Homem contando 10 curiosidades sobre o beijo! Sabia que os romanos tinham 3 tipos de beijo? E que o beijo francês não tem nem 100 anos? E que já existiu a Liga Antibeijo? ;)

http://papodehomem.com.br/10-curiosidades-sobre-o-beijo/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Bonito isso.... :P

Hoje acordei de bom humor!!! Logo cedo li um texto sobre beijos...

Sinceramente não sei do que gosto mais, um beijo ou um abraço! Posso passar horas aqui falando de um ou de outro, mas hoje só quero deixar um verso do poeta espanhol Gustavo Adolfo Bécquer que li no texto!

"Por um olhar, um mundo. Por um sorriso, um céu. Por um beijo... eu não sei o que lhe daria por um beijo"

Um beijo!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vida que segue...

Esse post é daqueles onde decidi falar de coisas que estão passando pela minha cabeça e não do que aconteceu comigo ou que vivi por aqui... Isso não quer dizer que vou deixar de falar sobre as duas novas praias que conheci aqui e que são lindas, mas vou deixar para o próximo!

Há algum tempo que venho praticando o hábito de escrever as coisas que sinto e, na grande maioria das vezes, guardo esses textos só pra mim. É uma boa forma de desabafar, de tirar aquilo que está de alguma forma me perturbando... Não sei se é a melhor forma, mas tem funcionado! Quando acho que vale a pena esses textos são entregues, repassados e nesse caso postado.

O vôo da Air France que caiu no oceano Atlântico fazendo o trajeto Rio-Paris foi uma grande tragédia e pessoalmente me fez reviver sentimentos que acho que na verdade nunca serão eternamente superados.

Em 2006, houve um acidente de avião, pequeno, que nunca entra nos históricos dos acidentes, que parece ter sido esquecido por jornalistas, mas que nele estava o meu chefe na época e eu e toda a equipe, no vôo seguinte. Digo seguinte, no vôo que partiu uma hora depois, na mesma companhia, que já sabia do ocorrido, e que era o padrão da equipe, mas naquele dia, o meu chefe precisava chegar mais cedo em casa.

Nesse dia, cheguei a casa e, depois de algumas horas só, soube que o avião estava sumido. Assustada, agoniada e mesmo com a perna imobilizada voltei para o aeroporto junto com a minha irmã, que mesmo sem saber foi extremamente importante pra mim ela estar ali comigo. A sensação de angústia, de não ter notícias, de ter esperanças, de estar ali em segurança por questão de minutos, de não conseguir entender os motivos, de esperar qualquer vestígio, de ter se despedido de alguém no aeroporto e depois saber que nunca mais vai vê-lo é simplesmente terrível e, descobri de novo, que inesquecível.

Sim, o avião é o meio de transporte mais seguro! É muito mais provável morrer em um acidente de carro do que em uma queda de avião, mas o que acontece é que, quando cai um avião, são muitas vidas! É muito impressionante! E no jogo probabilidade x impressão... A impressão ganha com placar largo! Não deixei de voar, ninguém daquela equipe deixou. Tivemos apoio da empresa, psicóloga especializada nos auxiliando, mas tem coisas que simplesmente ficam!

Segunda, quando soube do acidente, foi um susto. Só consegui pensar em um amigo que faz esse trajeto amanhã! Comecei a fazer contas, tentar lembrar da data da viagem... Confesso um alívio ao saber que ele não estava ali. Minha irmã dessa vez, infelizmente, conhecia uma pessoa que estava naquele vôo e fico muito chateada de não poder ter estado com ela quando soube, mas tenho certeza de que ela sabe que de alguma forma estou com ela!

Acho que isso é uma daquelas coisas da vida que nos constroem de alguma forma, você só tem que decidir como...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Muitas novidades...

É engraçado quando as coisas deixam de ser novas para você, mas ainda assim podem ser novas para outras pessoas!

Semana passada, quando retornei a Angola, chegou comigo um grupo novo de pessoas para projetos diversos. Trabalhamos todos na mesma sala agora e temos convivido quase sempre juntos, sendo que alguns ainda moram na mesma casa.

A rotina diária mudou bastante, são personalidades de todos os tipos, mas o mais legal mesmo de estar com eles é vê-los descobrindo isso aqui assim como descobri quando cheguei! As primeiras impressões, as primeiras confusões, as primeiras revoltas e os primeiros encantos. Para maioria, a primeira vez em África e a primeira vez é sempre inesquecível!

Deram sorte, o primeiro e o segundo finais de semana deles por essas terras são prolongados, com feriados nas segundas. O final de semana passado foi intenso, confesso que não agüentei até o final, segunda-feira joguei a toalha, eles foram à praia, mas eu fiquei no condomínio e fui ao cinema, programinha bem light!

O final de semana começou com night na sexta. Fomos ao Chill Out e para quem já esteve aqui consegue imaginar a dificuldade que foi entrar a uma e meia da manhã sendo um grupo de 8 homens e 2 mulheres! Só conseguimos depois de muita negociação e a compra de 3 garrafas de bebida, um whisky, uma vodka e um gin. Entramos todos e foi forte a noitada! Alguns não agüentaram, como esperado, outros surpreenderam com o comportamento moderado... Para a primeira night em Angola, uma night de estrangeiros, com música internacional e ambiente cool! Sábado, primeira ida a praia aqui, comentário de um deles “Agora vamos entender o porquê que estas pessoas gostam daqui!”

A programação foi Bar Sul, Mussulo, com direito a passeio de barquinho e vôlei na areia, à noite, festinha de aniversário no condomínio com mais de 50 pessoas (acho que uma das maiores que já aconteceu lá no Paraíso), no dia seguinte, Cabo Ledo, praia dos surfistas e dos amores. Como segunda foi feriado, iríamos dormir em um lodge por lá, mas, depois de muita confusão (tiveram direito a isso também), descobrimos que não tínhamos quarto para ficar, então jantamos e voltamos às 21:00 da praia! Domingo à noite, apesar da insistência de um dos novos, não fui só eu quem jogou a toalha e acabou por não haver night!

Segunda-feira, então, o grupo foi conhecer a Ponta do Mussulo! Essa praia já rendeu um post único neste mesmo blog. Minha praia favorita aqui! Mas mesmo assim, estava cansada, não consegui acompanhá-los! Assisti ao filme Anjos de Demônios e gostei muito!

Acho que a iniciação deles nas distrações de Luanda foi bastante completa! Acho também que tiveram boas impressões, tenho certeza que sim quanto às belezas naturais!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mudanças... Novos ares... Às vezes necessários!

Após 1 mês e dois dias sem atividades nenhuma neste espaço, um pouco por ter estado em casa nessa época, um pouco por estar explorando novas ferramentas tecnológicas como o Twitter (que confesso ainda não entender o propósito!), quero dizer que este blog está retomando as suas atividades e dessa vez um pouco diferente.

A partir de agora, conto aqui tudo que estiver com vontade de escrever e quando quiser escrever... Não me restrinjo mais apenas às minhas viagens e a novidades sobre estar fora de casa, mas agora vou falar do que estiver passando pela minha cabeça!

Por que a mudança? Porque quero que a minha família e amigos saibam o que realmente se passa comigo independente de onde estiver! Estou aprendendo a me abrir e a sentir de verdade! Coisas que nunca imaginei que fossem voltar a acontecer comigo parecem ressurgir do passado e simplesmente não quero mais guardar tudo pra mim! Não quero mais chegar a casa e estar tão próxima de pessoas importantes e me sentir ao mesmo tempo tão distante...

Uma vez me disseram que penso muito... Agora quero pensar e escrever! Foi importante estar no Rio esse mês, foi importante reencontrar amigos em Portugal, está sendo importante estar aqui de volta... Com muita coisa diferente e muita gente nova... Ainda não sei como vai ser esse novo blog, ainda não sei com qual frequência vou atualizá-lo, ainda não sei o que vou escrever, mas depois deste post me sinto na liberdade de escrever sobre tudo!

Àqueles que são importantes para mim e sabem disso... Espero, mesmo longe, estar mais presente!

Um beijo!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Inesquecível!!!

Nota: Este post está com 4 dias de atraso porque não sabia por onde começar a contar essa viagem inesquecível. Prepare-se porque vai ser longo, acho que já sai da categoria de post e entra em conto ou algo do gênero!

Tudo teve início algumas semanas antes da páscoa quando eu a Sonia decidimos que iríamos viajar no feriado. Não sabíamos para onde iríamos, mas sabíamos que íamos, que precisávamos sair daqui, respirar novos ares, ver coisas novas... Até porque éramos poucos os remanescentes no feriado aqui e seria deprimente ficar no condomínio, indo às mesmas praias e aos mesmos restaurantes.

Vamos para a Namíbia, Etocha ver animais! Vôos muito caros! Vamos então para São Tomé? Resortinho... Prainha... Não conseguimos agendar vôos, também não nos esforçamos... Cape Town, vamos? Vamos!!! Procura vôo, manda email para agencia de viagem, telefona... O Fred resolve viajar com a gente, somos três agora... Os vôos entre Angola e África do Sul estavam super caros... Não vamos! Uma semana pro feriado e não sabemos ainda o que fazer... A hipótese de ter que ficar em Luanda começa a se concretizar para o meu desespero... Segunda-feira, 4 dias pro feriado... E o Namibe? Dentro de Angola mesmo... Fui, a hora do almoço, ver passagens! Consegui fazer 3 reservas para o vôo entre Luanda e Lubango de ida e de volta na sexta e no domingo! Show! Alugaríamos um carro e iríamos até o Namibe viajando pela Serra da Leba. Roteiro definido, passagens reservadas... Vamos viabilizar agora carro e hotel. Ligo para uma conhecida no Lubango, de quando estive lá no ano passado e pergunto sobre carro e passo os dados das passagens para a Sonia e o Fred... Concordaram, pronto, na terça, vamos pagar as passagens e depois resolvemos o resto... Vamos ao Namibe.

Nesta noite, o André, que tinha chegado a Luanda no dia, resolve ir conosco. Passamos então a ser um grupo de quatro e no dia seguinte teria que fazer mais uma reserva de passagem. Quarta de manhã, ligo pro sr. da agencia, confusões mils... Não tem mais lugar no vôo, o André está na lista de espera, o Fred não vai mais poder ir... Pronto, vou tentar alterar a um nome pelo outro... É muita história, muita confusão e alguns contactos... Corre o dia todo, vamos de um canto pro outro, agencia, loja da TAAG, liga para o contacto do Lubango, fala com a Sul Africana de outro lodge, fala com pessoas do cliente... Bom, os meios nem sempre justificam os fins, mas nesse caso, conseguimos na quinta final do dia, tudo que precisávamos, passagens, carro, hotel, tínhamos tudo emitido ou reservas confirmadas ou pelo menos achamos que tínhamos.

Sexta de manhã, ou melhor, madrugada, acordo as 3:30 para estarmos as 5:00 no aeroporto doméstico, o vôo era só as 7:00, que claro saiu com um pouquinho de atraso e não tinha acentos marcados. Uma zona o aeroporto, não adiantou nada fazer uma mala “pequena”, tive que despachar por causa dos líquidos, despachamos todos os líquidos juntos na minha mala... E fomos! É dada a largada para a viagem ao Lubango e Namibe no feriado da páscoa voando TAAG!

Uma hora de vôo, dormindo o tempo todo, claro, e chegamos ao Lubango! Passamos por uma imigração local, certa demora, mas tranqüilo. Liguei para o sr, Carlos que nos buscaria no aeroporto para irmos pegar o carro, tudo sempre dando muito certo, confesso que um tanto quanto inacreditavelmente. Chegamos para alugar o carro, o sr. Álvaro não sabia quem éramos, precisávamos de um 4x4 e ele disse que não tinha! Pânico instantâneo... “Ah, vocês são as pessoas da Sonangol? O carro está escondido...” :D Alugamos nada mais, nada menos que um Land Cruiser VX V8... Nunca tinha andado num carro como aquele! Teto solar, frigorífico, câmera para filmar a marcha atrás, surreal... Cabíamos confortavelmente 7 naquele carro e éramos só 3!!!

Começamos então a nossa viagem do Lubango para o Namibe. Resolvemos parar para tomar um café na cidade, por sorte, coincidência, não sei, o único café que encontramos aberto foi o Café Huila, que depois viemos descobrir que era o melhor café de lá! O lugar era amplo, todo arrumadinho, limpinho... Uma graça! Saímos de lá em direção a Tundavala. A Tundavala é uma fenda, muito muito alta, que na época da guerra aqui, diziam que os desertores ou que se opunham eram atirado ali de cima. Joguei uma pedrinha de lá e contei uns 8 seg. até ouvi-la atingir a pedra...

Para chegar a Tundavala atravessamos a cidade de Lubango e depois pegamos uma estrada de terra, passamos na frente da fábrica da Coca-Cola e seguimos por uns 40 minutos de estrada tranqüila até que começamos a entender porque era necessário jipe para chegar lá... Crateras enormes na estrada, pedras, poças... Mas a paisagem ia cada vez ficando mais interessante. Sempre muito verde, um céu azul, azul... Quando chegamos, vimos um horizonte... Inexplicável! Lindo! E a altura? Imponente!!! Eu,, que sou um pouco atrevida com essas coisas, fiquei com medo... De verdade... É muito alto! Lá conhecemos um português e um brasileiro e, conversando sobre a nossa viagem, o português comentou que perto do aeroporto do Namibe tinham algumas Welwitchas que podiam ser vistas da estrada. Resolvemos que as procuraríamos...

Pegamos a estrada de novo, agora o destino era direto para o Namibe, com direito a parada no caminho, no miradouro da Serra da Leba, para visualizar a percurso cheio de curvas que iríamos fazer. Eu e a Sónia já lá tínhamos ido quando fomos ao Lubango, mas ficamos só no miradouro, dessa vez desceríamos a serra. É demais descer a serra, muitas curvas, a Sónia enjoou, curva para direita, curva para esquerda, mas o que mais impressiona é a verticalidade da serra, em poucos km descemos muito de altitude e depois da serra, entrando para o deserto então é que fica entendido o charme dessa viagem... Em cerca de 2 horas a diferença de temperatura chegou a ser de 13 graus e a paisagem, de verde e cheia de árvores, passou para um amarelo, areal e pobre de vegetação! Muito impressionante e incrivelmente bonito!

Com a chegada a cidade do Namibe, antigamente chamada de Moçamedes, fomos “Em busca da Welwitcha perdida”. A cidade é pequena e não tem nada demais além de um porto importante! Atravessamos quase toda e fomos em direção ao aeroporto. Ah, além de procurarmos as welwitchas, também tínhamos que descobrir aonde era o hotel... Nem eu, nem ninguém sabíamos e simplesmente não conseguíamos falar com o telefone de lá... O mesmo que eu tinha tentado compulsivamente os outros dois dias e também não tinha conseguido.

Bom, no aeroporto, pedimos informação sobre o hotel, não sabiam dar... E as welwitchas? Ah, seguindo aqui a estrada, depois do aeroporto, logo a sua direita, vocês conseguem as ver! Então vamos, né? Anda, anda, anda... E nada de ver planta parecida... Eu, sem óculos, procurando no horizonte... Fato que eu não ia encontrar nada... Andamos muito de carro, cruzamos com chineses trabalhando... Nada de welwitcha... Só pra deixar claro, as welwitchas são plantas carnívoras, típicas da região e só dessa região pelo que entendi, chegam a ser muito grandes ao ponto de caber uma ou duas pessoas no meio dela... Impressionante... Mas não conseguíamos encontrar! Quando estávamos quase desistindo... Um carro parado no lado da estrada... Vamos perguntar? Então, eles também estavam ali vendo as welwitchas e nos mostram, mas, para a nossa GRANDE decepção... Eram mínimas, eram pequenas, não cabia nem um cachorro no meio delas... Mas bom... Tínhamos visto as welwitchas! Etapa concluída!

Próxima atividade da gincana... Achar o lodge! Perguntamos para os senhores do carro que nos mostrou as welwitchas se conheciam o lodge? Um deles achava que sim, tinha a impressão que se seguíssemos a estrada teria uma placa indicando por onde entrar, mas não tinha certeza. Como ainda tínhamos que abastecer o carro, voltamos para a cidade, paramos para um novo café e nos informamos... O garçom foi que nos deu a indicação do caminho, mas ele também não tinha lá muita certeza do que estava nos dizendo. Entre as duas “indicações” de caminho, optamos pela do garçom que tinha mais pontos de referência... Saímos da cidade, andamos, andamos... Não achamos a primeira referência que ele tinha falado, pedimos informação em um acampamento e ninguém sabia... Quando já estávamos considerando a hipótese de termos que procurar hotel na cidade, vimos um carro parado ao longe! Bom, então vamos lá pedir informação! Olha, foi a cagada do século, literalmente, porque quando fomos nos aproximando, percebemos que o homem estava no meio do mato literalmente ca... Quando ele percebeu que estávamos indo em direção a ele, conseguimos ver ele se levantando, se arrumando e andando em direção ao carro... Inacreditável!!! E, duvido que, depois disso tudo, em algum momento, ele imaginou que aquelas pessoas que tinham atrapalhado o seu momento de intimidade, iriam lhe pedir informação... Pois pedimos! E para a nossa sorte, ele conhecia o lodge e nos deu a indicação de que deveríamos seguir a estrada do aeroporto (ou seja, a das welwitchas) e depois de 33 km teria uma placa indicando o lodge depois de mais 23 km de deserto... Por que mesmo resolvemos ir pelo caminho que o garçom indicou?

Pegamos a estrada de novo, atravessamos a cidade, passamos pelo aeroporto, pelas “super” welwitchas e depois de 33 km... Cadê a placa? Continua... Vamos até achar... Achamos e entramos para o meio do deserto! Nessa hora seguíamos a trilha de carros que já tinham passado por lá... Não havia estrada, estávamos no meio do deserto do Namibe e a noite caindo! Afinal são só 23 km! Se a estrada para a Tundavala era complicada... Essa não tem nem descrição... Noite já, chegamos a um ponto que as trilhas dos carros se dispersavam... E agora, José? O André rodou com o carro 360º para iluminar com o farol e decidirmos por onde ir... Sem idéia... Ele escolheu um lado, eu e a Sónia achamos melhor por outro... Vence a maioria... Bom, depois de uma leve atolada na areia fofa... Chegamos finalmente ao lodge! Durante o percurso ninguém falou, mas a tensão era tanta que os três já desconfiavam que esse lugar não existisse e o cara da cagada estava zoando da gente...

Bom, a nossa chegada ao lodge surpreendeu os sul africanos que gerem aquele lugar. Segundo eles não lhes foram dito nada sobre a nossa ida, apesar de ter recebido pelo jeito, uma pseudo confirmação da reserva! Tinham quarto, fomos hospedados, estávamos exaustos, jantamos e tomamos umas cervejas e fomos dormir. Um dos sul africanos tem 26 anos também, se chama Bruce e largou tudo para passar um ano “just to figure it out” gerindo aquele lugar! Comentei com a Sónia que ele parecia estar feliz de ver gente jovem... Logo depois ao jantar, ele veio sentar-se com a gente e comentou a mesma coisa que tinha falado... Deve ser muito solitário essa vida... Mas o cara era legal! Ficamos hospedados os três no mesmo bungalow, mas o banheiro... Não tinha porta... Era tudo integrado! Pronto, André, pode sair pra gente se preparar para dormir? Hehehe Ufa, chega de sexta... Fomos dormir! Ou melhor, eu dormi, o André dormiu e a Sónia ainda teve uns probleminhas com as borboletas... Mas conseguiu resolver! :P

O lodge era na beira da praia, tudo super natural, muitas borboletas, abríamos a porta e estávamos a 50 mts do mar, já mesmo na areia! Não havia internet, não havia sinal de celular... Estávamos no nosso paraíso particular, isolados do mundo... Tomávamos café da manhã, almoçávamos e jantávamos olhando a praia, ouvindo o mar... Uma paz, natureza... Único!!!

No sábado pela manhã fomos conhecer a praia! Subimos no jipe do lodge, nosso novo amigo foi nos mostrar a grande extensão de areia, praia sem fim, e pescar alguns peixes para o almoço. O sábado amanheceu meio nublado e confesso que isso foi a única coisa eu não saiu como deveria ter sido... O sol deveria estar lá desde o início, mas depois o tempo abriu e sem macas... A praia é linda! Enorme, com ondas em algumas partes, sem ondas em outras... Um contraste de mar e deserto, aves, caranguejos... Quanto mais andávamos pela praia, mais praia aparecia... Dei um mergulho o mar estava maravilhoso!!! Nem quente, nem frio... Aquela temperatura ideal... Só peixe que não foi pescado nenhum, mas... Voltamos para o almoço!

Almocinho... Peixinho fresco assado... Salada... Bolinho de sobremesa... Um mergulho no mar e a sesta... Na praia, claro! Acabado o almoço, peguei minha canga, meu iPod, andei um pouquinho, dei um mergulho, estendi a canga e só dei conta de mim de novo quando o André me acordou para irmos passear pelo deserto!

Dessa vez não íamos só nós 3 e o Bruce, foi com a gente o holandês admirador de pássaros, era um outro hóspede que gostava muito de pássaros e foi com a gente. Na verdade, só depois percebi que meio que nós fomos com ele... hahahaha... Porque diversas vezes paravam os dois, pegavam os binóculos e começavam a falar de um pássaro qualquer que simplesmente não conseguíamos ver... Mas tava valendo! O lugar que fomos era sensacional!!! Paredes de pedra, de um amarelo, vermelho, laranja... quase vivo!!! Pedras esculpidas pelo vento em formas inacreditáveis!!! Lindo o cânion do Namibe!!! Cada foto que tiramos lá!!! O pôr do sol... indescritível!!! Um dos mais bonitos que já vi!!!

Depois do passeio voltamos para o lodge, jogamos um pouco dardos, jantamos e depois ficamos conversando e tomando cerveja, nós três, o Bruce e o holandês. Tava friozinho, o som domar ao fundo... Depois acendemos um foguinho para esquentar... E chega ao fim o nosso sábado no Flamingo Lodge. No dia seguinte, tínhamos que acordar cedo para fazer a viagem de volta, sem paradas para devolvermos o carro e estarmos a tempo de pegar o avião de volta para Luanda. Quase que como presente, quando acordamos, ao café da manhã, vimos golfinhos no mar!!! Ah e ainda uma gazela na estrada de volta ainda no deserto!

O final de semana foi incrível!!! O lugar é maravilhoso!!! Não consigo imaginar uma pessoa que não gostaria de estar lá!!! Para fechar o final de semana, fizemos um pequeno jantar de páscoa, com convidados de Luanda na casa 19.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Warm up...







Legenda:
1. Chegada e Tundavala
2. Serra da Leba
3. Rumo ao Lodge
4. O Lodge
5. Manhã de sábado
6. Tarde de sábado
7. Final de tarde e manhã de domingo
8. O retorno

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Home, Sweet Home

Já há dois dias que estava com vontade de atualizar isso aqui e escrever qualquer coisa... Mas faltava inspiração e assunto...

Pensei em mais uma vez escrever sobre a praia que fui durante o final de semana, sim, conheci mais uma praia nova! Fui à praia na Ilha de Luanda... Legal a praia... Caminha, guarda sol, restaurante... Mas não tinha muito do que falar, além de ficar repetitivo... Sempre falando das praias que fui aqui...

Então pensei em contar sobre a noite de sábado... Que saímos para jantar num dos melhores restaurantes daqui e depois fomos dançar... O evento jantar foi bom, a comida me fez mal e saímos para o mesmo lugar de quase sempre dessa minha estadia aqui, Chill Out... Nada inspirador!

Então resolvi que ia escrever sobre os presentes-surpresa, mas não consegui escrever nada que fosse tão bom quanto o que eu senti quando soube que receberam os presentes e que gostaram... Ou seja, a probabilidade de escrever alguma coisa estava cada vez menor...

Na verdade acho que é porque não ando nos meus melhores dias... Ando com muitas saudades, um pouco cansada e precisando repensar algumas coisas... Foi no meio deste turbilhão de sentimentos confusos que estou, que recebi um email de um amigo... Hoje... Agora... Sobre uma resposta que o Tom Jobim deu em entrevista a um jornalista americano, a pergunta era porque que ele não se mudava para os Estados Unidos e a resposta foi mais ou menos:

"sabe, aqui, os Estados Unidos, é muito bom, mas é uma merda; lá no Brasil, é uma merda, mas é muito bom"

Bom, obviamente, aqui não é a América e nem tem a infra-estrutura que lá tem e nem opções e nem... Mas o porquê de voltar... É porque inexplicavelmente é muito bom!!!

Não digo que não saio do Brasil! Não digo que quero morar para sempre no Rio... Mas tenho certeza que essa é a minha casa e sinto uma saudade... Obrigada, Amanda, pela linda foto da praia do Leblon que você postou no orkut e que coloco aqui...


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Minha praia favorita aqui...

Esse post deveria ter acontecido alguns meses atrás...

Na última estadia conheci uma outra praia que é a minha favorita... Se tivesse uma listinha de lugares preferidos daqui, essa praia com certeza ganharia o primeiro lugar!

Imagina uma praia com mar aberto de um lado e baia do outro... Imagina uma praia que para chegar precisa pegar um barquinho... Imagina uma água limpinha... Imagina uma praia quase deserta, assim, acho que não vi nem 10 pessoas lá... Imagina caminhar pela praia e ver ao fundo, quase que num espelho de água, dezenas de gaivotas e depois ver a revoada destas... Imagina estar lá com pessoas que você gosta demais... Imagina escutar boa música, ler um livro ou simplesmente dormir na areia... Imagina a paz quase que total!!!

Essa praia é isso! É linda, é calma, é estonteante, é apaixonante! Ela é isso pra mim!!! Quantas lembranças boas de lá...

Já comentei sobre essa restinga antes em um post de outubro do ano passado, mas, daquela vez, falei da praia na área chique, que tem as camas, bar, música... Agora estou falando de outra parte, esta parte é conhecida como a Língua ou Ponta do Mussulo e o espírito é completamente diferente! Tinha vontade de acampar lá, isso sim, passar um final de semana, seria sensacional, ainda mais estando bem acompanhada! :P

Tirei muitas fotos, mas infelizmente não as tenho mais depois do roubo da minha máquina... Vou tentar postar fotos que busquei na internet... A seguir a cada foto segue o link para o album da fotógrafa! Espero que as imagens ilustrem um pouquinho daquilo que é..



http://www.flickr.com/photos/40616285@N00/63832801

http://www.flickr.com/photos/40616285@N00/63832803



http://www.flickr.com/photos/40616285@N00/63836223

segunda-feira, 30 de março de 2009

Novidades...

Esse post é só para contar duas novidades...
A primeira é que agora temos wireless em casa!!! Tenho acessado a internet deitada na minha cama... Up na qualidade de vida!!! :)

A segunda é que este final de semana, finalmente, consegui conhecer a praia da Barra do Kwanza! ADOREI!!! Mesmo tendo dormido duas horas lá... A praia tem mar de um lado e rio do outro... o por do sol sensacional!!! É uma praia que vale a pena conhecer...

Por ordem de imagens - Ponta do lado do Rio, ponta do lado do mar, a encosta ao fim da praia, o por do sol e o caminho de volta.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vergonhoso... :P

A minha mais nova eterna aquisição, para quem não sabe, foi uma tattoo! Uma tatuagem no pé, são umas flores lindas e que marcam uma etapa na minha vida... Mas para falar dela precisaria de um post único, que devo fazer quando conseguir uma foto legal e depois que esteja 100% cicatrizada!

Mas se não é agora o post sobre ela, porque começar este falando sobre isso?!?! Simplesmente porque este aqui é para comentar sobre o meu medo, nervoso ou o que seja de agulha.

Sinceramente não sei explicar! Uma pessoa adulta, que tem duas tatuagens, uma não é pequena, o processo da tatuagem é com agulhas, dizer que tem medo de agulha fica até feio, mas... Fazer o que?

Bom, desde sábado que venho lutando contra uma gripe que me nocauteou! De verdade! Depois da praia estava praticamente sem forças, dormi quase 14 horas de sábado para domingo, não tinha forças pra nada! Segunda, acordei com uma dor no corpo, parecia que tinha sido atropelada por um caminhão. Pois é, como aqui tem muita malaria, apesar de não ter tido febre alta e nem alucinações, achei melhor fazer um exame para ter certeza de que estava só gripada. O teste da gota espessa que identifica se a pessoa está ou não com malaria.

De novo, como o post é sobre agulhas, adianto logo que o resultado deu negativo e hoje já estou bem melhor da gripe. Acho que sábado já dá até praia de novo!!!

Bom voltando ao tópico... Pedi à Ana que me levasse na clínica para poder fazer o tal exame. No carro já comecei avisar sobre o fato das agulhas... De não gostar... Mas ok, vamos enfrentar!!! Chegamos à clínica fiz o cadastro e fui para o laboratório, primeiro passo concluído, agora é que começa a vergonha!

Estávamos as duas esperando eu ser chamada para o exame, chega uma mãe com duas crianças... Eu sou tão boazinha, coitada daquelas crianças, não podiam ficar ali esperando... Fiz a minha boa ação do dia, assim que fui chamada para a sala de exame “Senhora, pode passar na minha frente...”, foi lindo não foi? Mas infelizmente quem ia fazer o exame não era a mãe, era a criança e esta se pôs a chorar... Ai que medo... “Ana, posso chorar assim? Não quero mais fazer o exame... Olha, eu sei que não tenho nada!” A resposta foi ótima! “Fica quieta e entra lá! Ah e se chorar não te conheço, tá?!?!” Ok, o k... Não ia chorar, mas se tivesse mais alguém pra passar na minha frente... Assim, uma senhora... hehehehe

Entrei na sala de exame... Não tinha saída! Sentei, estendi a mão... É... A mão... Porque o exame é só um furinho na ponta do dedo para tirar quatro gotinhas de sangue... Mas não importa... Iam me furar de qualquer jeito e esse é o meu problema... Então, continuando... Estava eu lá com a mão estendida... Depois de falar com a enfermeira que não gostava de agulhas... bla bla bla... Na hora que ela ia fazer o exame... “Opa, talvez seja melhor na mão esquerda, né? Afinal sou destra...” Nesse momento, enquanto ainda olhava para a mão esquerda, não tive tempo nem de pensar... Aquela senhora me agarrou a mão, pegou a agulha, enfiou na ponta do meu dedo, espremeu uma gota de sangue, colocou no vidrinho e depois colocou um algodão em cima e disse que podia sair! A psicopata do exame não deve nem ter respirado neste processo todo e o meu dedinho ali... Furado, sangrando e doendo!!! :(

Bom, saímos dali e obviamente, depois ri da situação! Confesso que ainda tenho a ponta do dedo dolorida, mas o mais importante disso tudo é que enfrentei o meu medo... Um tanto quanto empurrada, mas fui... Quem sabe da próxima vez não consigo ir sozinha?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Filas e autoridades...

Acho que o povo angolano gosta mais de filas do que o brasileiro... Na verdade, gosta não... Faz mais filas do que o brasileiro, mas diferente de nós que nem perguntamos para o que é e já entramos na fila, o angolano nem pergunta o que é e já fura fila!!!

É engraçado, não existe nenhuma possibilidade de você entrar numa fila por aqui e não aparecer ninguém querendo passar a sua frente, ou simplesmente entrando na sua frente... Supermercado então... Sempre aparece um com pouca quantidade de itens perguntando se pode passar a sua frente. Ontem, claro, não foi diferente! Nem tinha muitas coisas, na verdade tinha poucas coisas, mas mesmo assim queriam passar a frente.

Mas ontem, o mais chocante não foi quererem passa a minha frente, até porque isso é realmente muito comum aqui... Ontem o que vi foi um abuso de poder como se fosse a coisa mais natural do mundo!!! Até agora ainda não entendi direito o que aconteceu, mas vou tentar contar o que percebi da história toda!

Quando finalmente consegui chegar ao caixa sem que ninguém passasse a minha frente e quando a atendente começou a registrar as minhas poucas coisas apareceu uma mulher mais ou menos da minha idade com uma criança no colo fazendo um barraco... Gritando com a atendente, com o segurança e com mais quem quisesse ouvir ou se intrometer no assunto que estava com uma criança de colo e que tinha pago pelas fraldas descartáveis e que não podia ficar tanto tempo a espera... Uma confusão, uma gritaria, uma zona sem falar nada que fizesse sentido para quem estava de fora do assunto... Simplesmente um barraco digno de novela das oito...

Situação contornada, a “senhora” saiu de lá com uma pessoa do supermercado e voltamos as minhas compras. Bom, pelo menos era o que eu achava que iria acontecer, achava que a senhora da caixa ia terminar de registrar as minhas compras, eu ia pagar e ia embora para casa sem mais nenhuma confusão! Doce ilusão! Menos de 5 minutos depois...

- Eu sou o coronel Vandung (ou coisa parecida), eu sou amigo do dono daqui, amanhã a senhora está despedida!!! Deixou minha mulher e uma criança de um ano uma hora esperando... Amanhã a senhora está despedida, está me escutando?!?!

Isso tudo, um senhor aos berros, batendo na caixa registradora, bem ao meu lado!!! Não era aos berros, era muito aos berros, não sei nem como descrever o quão alto que ele gritava e nem o quão agressivo ele era! Assustador!!! Chegou segurança, gerente, outros atendentes... Eu via a hora que a senhora do caixa entrava em prantos e ele se virava pra mim e dizia e você, só por estar aqui, vai voltar pra casa, pro seu país... rsrsrs... Surreal a postura deste indivíduo. O pior é que isso deve ser normal, porque depois que conseguiram controlá-lo, tudo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido! Impressionante! Confesso que sai do supermercado ontem um tanto quanto chocada!

Se pelo menos essa autoridade toda fosse utilizada para coisas úteis como evitar assaltos e diminuir a marginalidade, aumentando a segurança nas ruas... No sábado houve mais um roubo, neste caso, um assalto... Levaram a bolsa de uma das meninas na saída da noite! Pelo que parece, não estamos tão distantes de Angola, não só por adorarmos filas, mas também por aqueles que “são autoridades” só trabalharem para o seu próprio benefício!