segunda-feira, 30 de março de 2009

Novidades...

Esse post é só para contar duas novidades...
A primeira é que agora temos wireless em casa!!! Tenho acessado a internet deitada na minha cama... Up na qualidade de vida!!! :)

A segunda é que este final de semana, finalmente, consegui conhecer a praia da Barra do Kwanza! ADOREI!!! Mesmo tendo dormido duas horas lá... A praia tem mar de um lado e rio do outro... o por do sol sensacional!!! É uma praia que vale a pena conhecer...

Por ordem de imagens - Ponta do lado do Rio, ponta do lado do mar, a encosta ao fim da praia, o por do sol e o caminho de volta.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vergonhoso... :P

A minha mais nova eterna aquisição, para quem não sabe, foi uma tattoo! Uma tatuagem no pé, são umas flores lindas e que marcam uma etapa na minha vida... Mas para falar dela precisaria de um post único, que devo fazer quando conseguir uma foto legal e depois que esteja 100% cicatrizada!

Mas se não é agora o post sobre ela, porque começar este falando sobre isso?!?! Simplesmente porque este aqui é para comentar sobre o meu medo, nervoso ou o que seja de agulha.

Sinceramente não sei explicar! Uma pessoa adulta, que tem duas tatuagens, uma não é pequena, o processo da tatuagem é com agulhas, dizer que tem medo de agulha fica até feio, mas... Fazer o que?

Bom, desde sábado que venho lutando contra uma gripe que me nocauteou! De verdade! Depois da praia estava praticamente sem forças, dormi quase 14 horas de sábado para domingo, não tinha forças pra nada! Segunda, acordei com uma dor no corpo, parecia que tinha sido atropelada por um caminhão. Pois é, como aqui tem muita malaria, apesar de não ter tido febre alta e nem alucinações, achei melhor fazer um exame para ter certeza de que estava só gripada. O teste da gota espessa que identifica se a pessoa está ou não com malaria.

De novo, como o post é sobre agulhas, adianto logo que o resultado deu negativo e hoje já estou bem melhor da gripe. Acho que sábado já dá até praia de novo!!!

Bom voltando ao tópico... Pedi à Ana que me levasse na clínica para poder fazer o tal exame. No carro já comecei avisar sobre o fato das agulhas... De não gostar... Mas ok, vamos enfrentar!!! Chegamos à clínica fiz o cadastro e fui para o laboratório, primeiro passo concluído, agora é que começa a vergonha!

Estávamos as duas esperando eu ser chamada para o exame, chega uma mãe com duas crianças... Eu sou tão boazinha, coitada daquelas crianças, não podiam ficar ali esperando... Fiz a minha boa ação do dia, assim que fui chamada para a sala de exame “Senhora, pode passar na minha frente...”, foi lindo não foi? Mas infelizmente quem ia fazer o exame não era a mãe, era a criança e esta se pôs a chorar... Ai que medo... “Ana, posso chorar assim? Não quero mais fazer o exame... Olha, eu sei que não tenho nada!” A resposta foi ótima! “Fica quieta e entra lá! Ah e se chorar não te conheço, tá?!?!” Ok, o k... Não ia chorar, mas se tivesse mais alguém pra passar na minha frente... Assim, uma senhora... hehehehe

Entrei na sala de exame... Não tinha saída! Sentei, estendi a mão... É... A mão... Porque o exame é só um furinho na ponta do dedo para tirar quatro gotinhas de sangue... Mas não importa... Iam me furar de qualquer jeito e esse é o meu problema... Então, continuando... Estava eu lá com a mão estendida... Depois de falar com a enfermeira que não gostava de agulhas... bla bla bla... Na hora que ela ia fazer o exame... “Opa, talvez seja melhor na mão esquerda, né? Afinal sou destra...” Nesse momento, enquanto ainda olhava para a mão esquerda, não tive tempo nem de pensar... Aquela senhora me agarrou a mão, pegou a agulha, enfiou na ponta do meu dedo, espremeu uma gota de sangue, colocou no vidrinho e depois colocou um algodão em cima e disse que podia sair! A psicopata do exame não deve nem ter respirado neste processo todo e o meu dedinho ali... Furado, sangrando e doendo!!! :(

Bom, saímos dali e obviamente, depois ri da situação! Confesso que ainda tenho a ponta do dedo dolorida, mas o mais importante disso tudo é que enfrentei o meu medo... Um tanto quanto empurrada, mas fui... Quem sabe da próxima vez não consigo ir sozinha?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Filas e autoridades...

Acho que o povo angolano gosta mais de filas do que o brasileiro... Na verdade, gosta não... Faz mais filas do que o brasileiro, mas diferente de nós que nem perguntamos para o que é e já entramos na fila, o angolano nem pergunta o que é e já fura fila!!!

É engraçado, não existe nenhuma possibilidade de você entrar numa fila por aqui e não aparecer ninguém querendo passar a sua frente, ou simplesmente entrando na sua frente... Supermercado então... Sempre aparece um com pouca quantidade de itens perguntando se pode passar a sua frente. Ontem, claro, não foi diferente! Nem tinha muitas coisas, na verdade tinha poucas coisas, mas mesmo assim queriam passar a frente.

Mas ontem, o mais chocante não foi quererem passa a minha frente, até porque isso é realmente muito comum aqui... Ontem o que vi foi um abuso de poder como se fosse a coisa mais natural do mundo!!! Até agora ainda não entendi direito o que aconteceu, mas vou tentar contar o que percebi da história toda!

Quando finalmente consegui chegar ao caixa sem que ninguém passasse a minha frente e quando a atendente começou a registrar as minhas poucas coisas apareceu uma mulher mais ou menos da minha idade com uma criança no colo fazendo um barraco... Gritando com a atendente, com o segurança e com mais quem quisesse ouvir ou se intrometer no assunto que estava com uma criança de colo e que tinha pago pelas fraldas descartáveis e que não podia ficar tanto tempo a espera... Uma confusão, uma gritaria, uma zona sem falar nada que fizesse sentido para quem estava de fora do assunto... Simplesmente um barraco digno de novela das oito...

Situação contornada, a “senhora” saiu de lá com uma pessoa do supermercado e voltamos as minhas compras. Bom, pelo menos era o que eu achava que iria acontecer, achava que a senhora da caixa ia terminar de registrar as minhas compras, eu ia pagar e ia embora para casa sem mais nenhuma confusão! Doce ilusão! Menos de 5 minutos depois...

- Eu sou o coronel Vandung (ou coisa parecida), eu sou amigo do dono daqui, amanhã a senhora está despedida!!! Deixou minha mulher e uma criança de um ano uma hora esperando... Amanhã a senhora está despedida, está me escutando?!?!

Isso tudo, um senhor aos berros, batendo na caixa registradora, bem ao meu lado!!! Não era aos berros, era muito aos berros, não sei nem como descrever o quão alto que ele gritava e nem o quão agressivo ele era! Assustador!!! Chegou segurança, gerente, outros atendentes... Eu via a hora que a senhora do caixa entrava em prantos e ele se virava pra mim e dizia e você, só por estar aqui, vai voltar pra casa, pro seu país... rsrsrs... Surreal a postura deste indivíduo. O pior é que isso deve ser normal, porque depois que conseguiram controlá-lo, tudo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido! Impressionante! Confesso que sai do supermercado ontem um tanto quanto chocada!

Se pelo menos essa autoridade toda fosse utilizada para coisas úteis como evitar assaltos e diminuir a marginalidade, aumentando a segurança nas ruas... No sábado houve mais um roubo, neste caso, um assalto... Levaram a bolsa de uma das meninas na saída da noite! Pelo que parece, não estamos tão distantes de Angola, não só por adorarmos filas, mas também por aqueles que “são autoridades” só trabalharem para o seu próprio benefício!

sábado, 21 de março de 2009

High Performance. Delivered...

Não costumo contar sobre nights e saídas porque, assim como no Rio, mantenho a posição de que o que acontece na night não deve sair da night, mas nesse caso... Estou devidamente autorizada! Ao sairmos comentei que escreveria aqui e é o que estou fazendo, mas... Mantenho as identidades confidenciais... hehehe

Ontem resolvi sair com o pessoal do projeto da Catoca e acabamos por acordar ir ao Mayombe. Mayombe é uma dos lugares mais locais que costumamos sair por aqui e tem como particularidade exigir que entrem apenas casais ou grupos com mais mulheres do que homem. O que, na realidade daqui, costuma ser sempre muito difícil. Afinal, geralmente quando saímos, as mulheres estão em minoria.

Bom, voltando a noite de ontem, para não fugir a regra, éramos mais mulheres do que homens. Quando chegamos éramos três pra cinco que depois se tornaram seis. As outras duas entraram com 4 dos que chegaram primeiro. Eu, eu fui com um deles, buscar ao outro, que estava jantando com amigos. Não sei como as meninas conseguiram entrar, mas naquele momento, ainda estava um pouco vazia a porta do lugar, não acredito que tenham tido muitas dificuldades, já nós...

Voltando alguns meses atrás, na verdade no ano passado, quando ainda não conhecia o lugar, descobri o telefone do Mayombe e liguei para saber quais dias da semana em que funcionavam. Foi neste telefonema que conversei com um dos donos (ou gerente, não entendi direito) do lugar. Conversamos, consegui a informação que queria, falamos sobre o Rio e como é lindo e, no final, depois de dizer que me chamava Fernanda, descobri que a pessoa com quem falava se autodenominava Dick.

Naquela semana fui ao Mayombe. Foi quando sai pela primeira vez pra lá, não usei o meu contacto e não tinha pretensões de utilizá-lo, até ontem... Por quê? Porque quando chegamos os três remanescentes o lugar estava lotado do lado de fora!!! Ia ser quase impossível entrarmos sendo dois homens e uma mulher e o resto do grupo já estava todo lá dentro. Ok, ok... Vamos falar com o DICK!

“Oi Dick, tudo bom? Então... (claro que tinha que ter o então... afinal era complicado!!! :P) Falei com você ano passado... Fernanda, carioca...” Foi assim que comecei... Depois de uma suposta lembrança, continuei... “Então... (de novo claro!!!) estou com dois amigos, um carioca e um português, que acabou de chegar a Luanda, e queria muito apresentar o lugar para eles... teria como entrarmos os três?”

Até tinha, mas o outro, aquele que buscamos, estava com uma calça estilo corsário e aqui, ninguém entra com calça curta, ou seja, nada feito... Não acreditava!!! O que achava ser o mais difícil foi até fácil, mas... Já estava conversando com o Dick mesmo, não custava nada continuar ali, tentando! Mas estava ali quase que dando murro em ponta de faca! Nada, nada, nada... “De calções não entra!!!” “Mesmo que deixasse entrar... se alguém reclamasse... ia ter que botar pra fora!!!”

Porém... High Performance. Delivered... Ou seja, de alguma forma teria que resolver o problema e colocarmos, aos três, dentro do Mayombe... Foi ai que tive o insight! “O Dick, e você não teria então uma calça para emprestar para o rapaz?” Pronto, o porteiro tinha, buscamos no carro dele, o outro vestiu as calças e depois entramos! Mas não antes de rimos bastante da situação. O rapaz não acreditava que teria que vestir as calças do porteiro, mas vestiu! Vestiu, entramos e se divertiu bastante. Nós também claro, principalmente quando lembrávamos que ele estava com as calças do porteiro.

Para as vezes que fui ao Mayombe, houve sempre uma ou mais histórias para contar em cada uma delas... Teve a vez que pararam a night para passar uma parte de um dos filmes novos do 007! Outra vez, quase morri de vontade de fazer xixi antes de entrarmos... Teve quando propuseram uma “troca de esposas”, quando nos ensinaram a dançar, quando arranjaram uma namorada lá... E agora, quando usaram as calças do porteiro!!! Acho que devo ir mais vezes lá!!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Saudades recentes...

Incentivada por uma pessoa muito querida e pelos últimos acontecimentos... Este blog volta ao ar!
Sei que há tempos que não apareço por aqui! Sei que existem muitas coisas para serem contadas... Mas retomo agora a vida deste blog, não sei com qual assiduidade, mas digamos que alguma poderá haver...

Tentei um ensaio a essa volta anotando no meu caderno as histórias de um carnaval em Benguela e Lobito (que são lugares muito bonitos daqui), mas este não chegou nem a sair das folhas de papel... Porém este final de semana foi o meu primeiro nesta minha quarta estadia e tantas coisas aconteceram que se a internet hoje colaborar, vai sair o primeiro texto de 2009.

Além de termos saído para os mesmo lugares, ou sítios como eles aqui falam, Elinga, Bahia, Chill Out, Mussulo e cinema, este final de semana aconteceram faltas (repare no s) de energia, visita do Sr Executive às nossas casas, novo assalto, convivências conturbadas, nova realidade...

O mais engraçado de estar assim fora de casa são as pessoas com quem você convive! É fato que quando participei de projetos fora do Rio, mas ainda assim no Brasil, criei laços de amizades verdadeiros com certas pessoas e era bom saber que mesmo depois que o projeto acabasse e voltássemos para as nossas casas, poderíamos nos encontrar quando quiséssemos. A realidade aqui é bem diferente!

Começo por citar a convivência! Em grupos grandes é normal e esperado que nem todos tenham afinidades com todo mundo, é normal e esperado também que criem certos laços com certas pessoas e convivam mais com elas. Eu aqui conheci pessoas que são hoje e serão sempre muito importantes para mim e é esse o ponto principal que diferencia dos projetos no Brasil e que mais me custa. A maioria é de Portugal e supostamente não existe a chance de voltar para casa e encontrarmos quando quisermos. Preciso pelo menos de algumas horas de vôos.

Minha psicóloga diz que exagero quanto a isso! Diz que não estamos mais no século 17 onde era necessária uma caravela para enviar uma carta ou para estar com a outra pessoa, hoje temos internet, telefone e aviões... Mas vou dizer que era como quando eu fumava... O problema não era não fumar, era não ter o maço de cigarros na bolsa para fumar a hora que quisesse.

Acontece que agora também eu estou aqui de volta e a maioria destas pessoas não volta mais, pelo menos não por agora o que já tornam as coisas um pouco complicadas. Esse final de semana, senti falta demais de três que estavam aqui na estadia passada... As faltas de luz, as noites, o cinema... Estávamos num grupo grande de pessoas, mas era incrível que quando andávamos nós 4 não percebia e nem sentia as sutilezas do convívio intenso com muitas pessoas!

Bom, guardo comigo as lembranças daquela época com eles aqui e tenho certeza de que, de alguma forma, vou me acostumar com a nova realidade. Uma vez me disseram, e eu concordo, que é muito mais difícil quando se continua a viver a mesma rotina!

Próximo post, quem sabe mais detalhe do final de semana!!!