sexta-feira, 26 de junho de 2009

Menino na rua...

Nota: Quase 15 dias depois do último post, depois de muitas mudanças, e pouca vontade, um novo texto. Sou apaixonada pelo olhar expressivo de uma criança e esse texto surgiu de um que vi por aqui... Confesso estar sem muita vontade de passar por aqui, mas ficam fotos também para ilustrar este texto. Até!


E lá estava aquele menino, olhando para o monte de papelão, perdido em pensamentos e absorto pela realidade... Tentando descobrir o porquê daquele outro, que passou por ali meio sem rumo, ter rasgado aquela caixa que para ele era um navio que viajava tranquilamente por águas calmas, num movimento continuo de ir e vir. Não conseguia entender a razão do outro em rasgar o seu brinquedo se não estava fazendo nada demais além de balançar para frente e para trás num pedaço de lixo e deixando que a imaginação o levasse para lugares tão distantes daquela realidade quanto possível. A inocência da idade não permitia perceber a amargura e provável inveja que o outro sentiu por querer ser ele a poder navegar para longe daquele mundo.

Tempos atrás a realidade dele era bem diferente, mesmo com a pouca idade, já possui duas histórias de vida. Naqueles dias, costumava ser acordado de manhã pelo irmão, vestia seu uniforme e iam os dois caminhando para escola junto à irmã mais velha. A mais nova ia com a mãe, amarrada as suas costas, passar o dia vendendo pães pelas ruas da cidade. Seu pai, seu pai era candongueiro e saia cedinho para garantir a hora de pico no trabalho.

Essa época passou. O pai se envolveu com quem não devia, fez o que não devia, pegou o que não devia e não voltou mais para casa. A mãe não contou para os mais novos, mas eles sentiram que tudo tinha mudado. Acabaram as aulas, acabaram as festas e almoços, acabaram as danças em família, aumentaram as peregrinações, aumentaram as reclamações, aumentaram os choros e a rotina era outra.

A mãe, muito religiosa, pensou em desistir. Rezou por força, rezou por sorte, rezou por graça e pediu que levassem seus bebês para uma realidade melhor, para uma vida melhor, para um futuro melhor. Mas quando tentou, não teve sucesso. Talvez o melhor mesmo fosse tê-los sempre com ela, fosse poder vê-los crescer num mundo tão castigado e mesmo assim mantendo a dignidade e força para lutar.

Essa mãe zungueira, continua vendendo pão, mas agora, também lava roupa ajudada pela filha mais velha. Essa, sem idade, é quem diariamente faz aquilo que era rotina da mãe, ela quem cuida da irmã novinha, ela quem serve o café e ela quem arruma a casa. O irmão, também abandonou o curso. É necessário ganhar dinheiro, trabalha como cobrador do táxi, ajuda muito nas despesas da casa, mas não deveria, não é responsabilidade dele, não podia ser. E o menino? Ah o menino, ainda vê as coisas com os olhos infantis e ingênuos que a realidade ainda não corrompeu, por enquanto, ajuda a irmã a cuidar da mais nova. Ficam os dois quase sempre na rua, ali brincando em meio ao lixo, que para eles, naquelas mentes criativas conseguem transformar no maior e mais divertido parque de diversões.

Naquela manhã, lá estava aquele menino, na rua, olhando para o monte de papelão, perdido em pensamentos e absorto pela realidade que agora viu... Descobrindo o porquê daquele outro, que podia ser o seu irmão, passou por ali meio sem rumo e rasgou aquela caixa que para ele inocentemente era um navio que o levava para longe dali por águas calmas, num movimento continuo de ir e vir...



sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sons de um romance moderno...

Nota: Pelo dia de hoje, uma historinha com as músicas que tenho escutado... Ah, o post é gigante! Para aqueles enamorados, feliz dia dos namorados!


Ela atravessa o escritório ao mesmo tempo em que ele escuta o verso “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”. Ela no seu passo apressado atrasada para uma reunião, ele, sentado à frente do seu notebook, em um open space do escritório, optou por colocar os fones de ouvido e escutar uma música para se concentrar no trabalho. Mas aquele andar com aquele verso, mudou tudo, acabou a concentração!

Ela não é linda, ela não é perfeita, mas alguma coisa, ah, alguma coisa mexeu com ele. Amor à primeira vista, não, mas um interesse genuíno, ingênuo (?) e curioso. Quem é ela? Ele nota que no caminho, ela parou para falar com alguém, quem é? Não acredita quando percebe que ele conhece também! “You've got me feeling like a child now.”

Ele consegue o msn dela. Não tem idéia do que pode falar, não sabe nem como que pode ser aceito depois de adicioná-la. Quem é ele para ela? Ele decide por um verso, uma música, “You are the kind of girl who can take down a man and lift him back up again”. Ela acha engraçado. Quem é ele? Ele nota um sorriso! Que sorriso! Ela pergunta, direto, sem meias palavras, sem indiretas, quem é você? E aquele clima de conquista, de paquera, de dúvida, de suspense, ele responde “Tell me, just what you want me to be”. Ela fica curiosa e uma semana passa e mais uma e outra. Ela ainda não sabe quem ele é, ele cada vez mais encantado com a brincadeira, com a meiguice e determinação dela.

Ao fim da terceira semana, ele acha que pode estar na hora de quem sabe se apresentar. Tem um show na cidade, compra dois ingressos, deixa em cima da mesa dela com um recado “If I've gone overboard then I'm begging you to forgive me.” Só isso. Ela entende o recado. Começa a acreditar que pode ser alguém do escritório. Olha em volta, tenta imaginar quem poderia ser, para o olhar sobre um rapaz, será? Sorri feliz com o convite, sorri sincero, mas seu olhar para o ingresso mostra dúvida e receio. Recebe uma mensagem dele, “Sorria mais, leve a vida simplesmente.” Tem certeza agora de que é alguém do escritório.

O show é em uma semana, ele não sabe se ela vai, a semana demora uma eternidade, os minutos não passam. Eles não se falam na segunda-feira, ela não conecta. Ele fica assustado. Ela conecta no fim do dia e é a vez dela mandar uma mensagem, “Say it's true, there's nothing like me and you.” Ele enlouquece, parece estar flutuando e só responde “Believe in me, help me believe in anything” e depois não resiste e pergunta se ela vai ao show. Não recebe resposta.

No dia seguinte, ela não aparece no escritório, assim como também não na quarta e nem na quinta. Mesmo não estando conectada, ele não resiste a enviar uma mensagem “How much longer will it take to cure this, just to cure it cause I can't ignore it, if it's love. Makes me wanna turn around and face me but I don't know nothing 'bout love.” Na sexta-feira, recebe como resposta, “’There's no need to complicate, our time is short.’ Eu vou!” E direta como sempre, perguntou qual era o número do telefone dele, prometeu não ligar antes do show. Ela não está no escritório. Onde estará? Ele passa o número e pede o dela, promete também não ligar antes da noite de sábado.

No dia do show, ele acorda ansioso, pensa o que vai vestir, o que vai falar, imagina como ela estará vestida, como vai ser aquele encontro. Admira a coragem dela de ir e pensa se ela já sabe quem ele é. O dia não passa, resolve então mandá-la uma mensagem no telefone, “So I'll say why don't you and I get together and take on the world and be together forever”. A resposta vem logo em seguida, “Save tonight, and fight the break of dawn.” Ele acha estranho, estimulante, apaixonante!

O show começa e ele ainda não a viu. Será que ela foi? Será que só estava brincando com ele? Dúvidas mil e mais uma mensagem, ela enviou para ele. Ele deveria encontrá-la, quando tocasse a música Butterfly ao lado da caixa de som a esquerda do palco. Ela foi, estava lá, só faltava tocar a música para que então se encontrassem.

Quando começou, ele já estava ao lado da caixa de som e a viu andar em sua direção. Linda, sorrindo, alegre por finalmente estarem juntos, ele só conseguia pensar em abraçá-la e beijá-la. Passaram a música toda agarradinhos como se fossem só um. O resto do show não foi muito diferente.

Quando o show acabou, ele insistiu para irem embora juntos. Ela disse que não. Foram embora sozinhos. Ele enviou uma mensagem de boa noite, “Crazy how it feels tonight, crazy how you make it all alright”. Ela não respondeu.

Na segunda-feira, ele descobriu que ela tinha ido embora, tinha mudado de país. Resolveu estudar fora por dois anos. Por isso aquela mensagem estranha no dia do show, por isso não foram embora juntos. Desde que ela foi, se falam sempre. São amigos. Ele quer combinar de se encontrarem no final do ano quando ela vier para as festas. Ela também quer! Por agora, escutam a música e lembram dos momentos que estiveram juntos.




Butterfly – Jason Mraz

I'm taking a moment just imaginin' that I'm dancin' with you
I'm your pole and all you're wearing is your shoes
You got soul, you know what to do to turn me on until I write a song about you
And you have your own engaging style
And you've got the knack to vivify
And you make my slacks a little tight, you may unfasten them if you like
That's if you crash and spend the night

But you don't fold, you don't fade
You've got everything you need, especially me
Sister you've got it all
You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all

Curl your upper lip up and let me look around
Ride your tongue along your bottom lip and bite down
And bend your back and ask those hips if I can touch
Because they're the perfect jumping off point of getting closer to your

Butterfly
Well you float on by
Oh kiss me with your eyelashes tonight
Or Eskimo your nose real close to mine
And let's mood the lights and finally make it right
But you don't fold, you don't fade, you've got everything you need
Especially me
Sister you've got it all

You make the call to make my day
In you message say my name
Your talk is all the talk sister you've got it all
You've got it all, you've got it all, you've got it all (2x)

You've got it all, you've got it all

Doll I need to see you pull your knee socks up
Let me feel you up side, down slide, in slide, out slide, over here
Climb in my mouth now child

Butterfly, well you landed on my mind
Dammit you landed on my ear and then you crawled inside
Now I see you perfectly behind closed eyes
I wanna fly with you and I don't wanna lie to you
Cause I, cause I can't recall a better days
I'm coming to shine on the occasion

You're an open minded lady
You've got it all
And I never forget a face
If I'm making my own
I have my days
Let's face the fact here, it's you that's got it all

You know that fortune favors the brave
Well let me get paid while I make you breakfast
The rest is up to you, you make the call

You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all

Cause I can't recall a better day
I'm coming to shine on the occasion
You're a sophisticated lady, oh you've got it all

You've got it all, you've got it all, you've got it all (3x)
You've got it all, you've got it all....

Butterfly, baby, well you've got it all

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O verde, o branco e o negro

Posso dizer que o último final de semana por aqui foi no mínimo atípico!

Começando por sexta que não fizemos nada, mas sexta, foi o dia do meio ambiente e por isso, no sábado, fomos todos plantar árvores para recuperar uma área desmatada do Mussulo.

A iniciativa foi louvável. Juntamos mais de 50 pessoas, todos nós uniformizados de camisa verde com o logo da Accenture, desde as 7 da manhã no embarcadouro e amimados para o evento. Mas nem tudo foi festa! A organização atrasou muito e só começamos efetivamente por volta das 10:00, 10:30, mas em grande estilo, com a televisão local acompanhando, um grupo de jovens daqui participando também, discurso do chefe máximo e (poucas, mas algumas) árvores para plantar.

Monta um grupo, cava um buraco, coloca uma muda, retira o plástico, um pouquinho de água, terra, água, terra, água e pronto! Sua árvore está plantada! Dizem que na vida uma pessoa deve plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho! Plantar árvore, feito (e mais de uma vez)! Escrever livro... Na era moderna, vale blog? Ter um filho... Pai, mãe, sei que adorariam ter um netinho agora, mas acho que ainda vão ter que esperar um tempinho! Afinal, se já tivesse um filho, já estaria realizada?!?!

Plantamos árvore e depois seguimos, a maior parte do grupo, para o Bar Sul. Fomos curtir uma prainha, dormir um pouquinho, pegar um solzinho... Acordamos muito cedo! Na verdade, cheguei a comentar, que poderíamos ter marcado as 5:00. Já que era para acordar cedo, pelo menos poderíamos ter assistido ao sol nascer... Mas vai lá... Duas horinhas de sono fazem a diferença!

Voltamos do nosso evento verde e fomos para casa! Nada de jantar fora! Tinha jogo de futebol e estávamos cansados e ainda pretendíamos sair. Confusões a parte, quem vai, quem não vai, pra onde vamos... Acabamos em uma festa num bairro chique daqui, oferecida por um português e que só tinha tuga, um pouquinho de zucas e menos ainda de Angolanos. Era festa de branco, pra branco e casa de branco! Festa branca!

Para entrar tinha que conhecer o dono e os homens tinham que levar uma garrafa de bebida. Imagina? A festa estava regada! Conhecer o dono, um amigo conhecia, levar uma garrafa... Olha, no Brasil, um Black Label é caro, mas aqui me pediram USD 180,00!!! Bom, não comprei claro! Fui num bar de brasileiros, chorei um pouquinho e consegui o mesmo por USD 75,00. Menos mal, não?

A festa estava boa! Muito cheia! Mas foi divertida! É bom variar os programas, ver gente (um pouco) diferente! Não ficamos até tarde, meus sapatos estavam acabando com os meus pés, mas conseguimos distrair! No dia seguinte estava bem cansada! Essa rotina de acordar as 5:30 da manhã todos os dias e ainda ter que acordar cedo no sábado me destruiu, não consegui fazer nada no domingo!

Resumo do final de semana: Dia verde pra noite branca e dia seguinte negro!!! :)

PS: Quanto ao dia dos namorados... Deixo o link de um blog que tem alguns textos, histórias e opiniões interessantes sobre relacionamentos!

http://nao2nao1.com.br/

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ai, meu amor...

Ainda no clima, o post de hoje é para falar de uma grande paixão!

O conheço há 8 anos e, desde a primeira vez que o vi, sabia que não conseguiria mais viver sem! É um misto de vicio, paixão, amizade e carinho! Sou dependente do olhar confortante, do amor incondicional e da felicidade gratuita dele!

Fico sempre impressionada com a capacidade de leitura sobre mim que ele tem... Sempre sabe quando estou feliz, quando estou triste, quando apenas preciso de companhia ou quando uma grande festa já é o suficiente! A felicidade de me ver voltando para casa, o abraço reconfortante e posso garantir que vejo um grande sorriso! Me sinto tão acarinhada, tão protegida quando ele deita ao meu lado ou simplesmente me olha com aquela carinha de carente!

Adoro ser acordada por ele! É incrível como, mesmo tendo dormido pouco, quando é ele a me acordar não tenho como não ficar bem humorada... Ah, mas e se eu quiser continuar dormindo? Ele simplesmente deita ao meu lado! Ai, a paz que ele transmite... Não consigo mais viver sem!

É saudade absurda, que me consome! Passear com ele me faz uma falta! Ou um carinho, um cafuné? Hummm... Ele é meu amigo, meu companheiro, meu confidente... Acho que seria capaz de fazer qualquer coisa se alguém o fizesse mal!

Mesmo com as fugas, com as brigas e com o temperamento raramente imprevisível, não consigo ficar brigada com ele! Vejo as fugas como a necessidade de alimentar aquele sentimento de liberdade, de vento na cara, as brigas... Ah, essas são para mostrar quem manda ali, quem é o macho alfa e é ele, claro, meu príncipe!

Não sei como existem pessoas ainda que não gostem de cachorros! O meu, o Bud, infelizmente não pode morar comigo, mora (e muito, muito bem) com os meus pais e com os nossos outros 3 cachorros, mas é ruim ter que viver longe deles! É tão ruim saber que não estou perto quando a idade vem chegando! Ai, cada vez que encontro está com o fucinho ainda mais branquinho, tá mais velhinho...

Hoje li uma reportagem falando do bem que um animal de estimação, principalmente cachorro, faz para uma pessoa, dizia até que ajudava a evitar depressão! Essas reportagens, pesquisas só podem ser feitas por dois tipos de pessoas, aquelas, que por algum motivo infeliz, não podem ter um amigo desse tipo ou aquelas que precisam mostrar com dados aquilo que todos os donos de cachorro sabem com sentimentos!

Esse post é em homenagem aos meus amores, o Bud, o Dino, a Blue e a Puppy!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Revivendo o passado... À Mulher...

Nota: São dois textos com dois pontos de vista, o post acabou por ficar grande! Eu hoje, particularmente, acho que são duas opiniões radicais...

“Carta da Amélia

O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até! Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles. Se tivesse cachorro, passeava pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro. Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro prafuncionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos a mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecasdos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária...
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com ideias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". QUE ESPAÇO, MINHA FILHA!!?? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés.Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz! Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim! E, PIOR, nos largando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre. Por que, me digam por que, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso... Tava na cara que isso não ia dar certo.
Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com meu humor, nem de ter quesair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especialidades. Viramos "super-mulheres", mas continuamos a ganhar menos do que eles... Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço?
CHEGA!!!
Eu quero alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela... Ai, meu Deus, são 7h30, tenho que levantar!E tem mais... Que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", pois eu descobri que é muito melhor servir. Ou pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia. Alguém mais se habilita? Antes eu sonhava, agora nem durmo mais.”

“Resposta a Amélia Enlouquecida...

O despertador canta antes do galo e olho para o lado e vejo aquele homem dormindo pesadamente, roncando ao meu lado e só consigo pensar se o que vou preparar para o café da manhã vai fazê-lo feliz e estará pronto antes dele acordar. Estou também exausta após ter lavado toda a louça de um jantar para os amigos do trabalho dele, que passei a tarde de ontem inteira preparando.
Hoje, eu realmente não quero ficar em casa! Adoraria poder sair, conversar com as pessoas, saber o que está acontecendo no mundo, no país, na cidade, no bairro ou apenas na minha rua e não só as coisas que se passam na cozinha, no quarto das crianças ou no banheiro de visitas. Mas... Tenho que arrumar as crianças para o colégio (esse ano, pelo menos, estudam no mesmo turno), passar aspirador de pó naquelas salas enormes, levar os cachorros para passear, esfregar aquele aquário e preparar um delicioso pudim de leite, no ponto, porque a mãe dele vem fazer uma visitinha no final do dia... Aposto que ele não estará e que terei que fazer sala até a hora de buscar minha filha no balé e levar o meu filho para escolinha de futebol.
Tudo que eu mais queria hoje era poder levantar um pouco mais tarde, tomar meu café da manhã, o que não precisa ser grande coisa afinal de contas me preocupo com a minha saúde e gosto de ver o meu corpo bem cuidado, pegar o Meu carro, dirigir até o Meu trabalho, voltar e buscar as crianças nas atividades extra curriculares, chegar em casa, tomar aquele banho relaxante, jantar e descansar no meu quarto ao lado de um homem de quem me orgulho e que se orgulha da sua esposa.
Seria realmente interessante saber quem é essa autora desconhecida que teve a infeliz idéia de dar um, ou melhor, muitos passos atrás e evocar as lembranças de uma época em que a mulher era apenas mais um utensílio utilizado pelos homens como empregada doméstica, babá, bibelô e parceira sexual. Ainda bem, existem mulheres um pouco mais “rebeldes” que lêem um texto como esse e sentem a mesma revolta que eu senti.
É fácil se contentar com passar os dias bordando, trocando receitas, lendo bons livros, decorando a casa e praticando jardinagem, mas será que é fácil passar semanas cozinhando cafés da manhã, almoços e jantares, lavando toda a louça, lendo sobre novas comidas, fazendo faxinas e ariando panelas? Realmente a vida deveria ser muito agradável para as Amélias que possuíam damas de Campânia que faziam todo o trabalho pesado.
Atualmente a mulher tem que ser mil para sobreviver, ter sua profissão e conseguir manter a saúde de sua família, Mas ela conseguiu “conquistar o nosso espaço”, espaço este que a cada ano que passa vem crescendo, as mulheres estão conquistando postos de trabalhos melhores e muitas vezes ganhando até mais do que homens. Pensamento pequeno dizer que a mulher tinha o mundo aos pés dela... Ela estava nos pés do mundo! O principal espaço que a mulher conquistou foi o mundo, foi a possibilidade de conversar sobre política, economia... E ainda falar sobre moda, culinária e livros.
Em um ponto concordo com nossa Amélia, os homens estão um pouco confusos, mas dizer que estão fugindo como o diabo da cruz... Isso parece mais dor de cotovelo, além de exibir um medo profundo da possibilidade de ficar para Titia... Realmente, acho que a autora nasceu algumas décadas atrasadas.
Antigamente os casamentos duravam para sempre e muitas vezes “nós, Amélias,” nos submetíamos a pouca conversa, ao descaso e a traições contínuas. Será que os casamentos duravam para sempre???
Hoje em dia temos o livre arbítrio para decidir se queremos um casamento assim ou não. Conquistamos o direito de conversar sobre assuntos mais interessantes do que o novo conjunto de panelas que a loja de departamento próxima a sua casa está vendendo, conquistamos o direito de sair com nossas amigas para jantar fora, para assistir a um teatro e até fazer uma viagem sozinha, isso tudo, sem medo, sem dependência. Temos liberdade para decidir, somos capazes de sair de uma relação em que não somos respeitadas e temos certa independência financeira.
Prefiro muito, trabalhar, ganhar meu dinheiro, ter que me arrumar e ainda ter pique para cuidar da casa do que ficar confinada entre quatro paredes e apenas servir.
Servir é bom Também, servir um uísque, um jantar a luz de velas numa ocasião especial, mas sem a obrigação, apenas por puro prazer. Ainda sobre querer alguém que abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesias, faça serenatas na minha janela... É óbvio que toda mulher quer, mas mimos, tanto deles como nossos, são necessários e muito saudáveis.
Não somos super-mulheres, somos mulheres que têm a chance conduzir a vida da forma que acha mais saudável, livre de costumes arraigados no passado.
Minha querida, se você quiser ser Amélia, boa sorte! Eu não abdico do meu posto de mulher moderna...”

Ai que saudades da Amélia – trecho da música

“Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade”

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um pouco atrasado, mas acho que a tempo...

Esse post vem com uma semana de atraso... Quando deveria estar contando do último final de semana e a plantação de árvores, vou, na verdade, contar do final de semana anterior a esse... Semana passada, só consegui escrever sobre sentimentos, ficou faltando os relatos de um final de semana, que conheci novos lugares e, de novo, me encantei com as belezas daqui e redescobri, mais uma vez, o porquê que gosto de estar por essas terras! Essa semana, novo post sobre o último final de semana!

Desde que cheguei por aqui ouvia falarem da praia da Palmeirinhas. Praia selvagem, oceânica e um pouco mais perto do que Cabo Ledo, mas mesmo assim, nunca antes havia ido lá! É verdade que tive uma tentativa, uma vez, mas acabamos por desistir por causa do transito, mas nesse dia fui à língua do Mussulo então... Foi bem compensado!

Voltando as Palmeirinhas... Depois do primeiro final de semana (o que fiquei exausta), a única coisa que decidi foi que não ia decidir nada nesse final de semana! E assim o fiz! E acabamos por ir à praia das Palmeirinhas no sábado! Fomos dois jipes lotados! Éramos 11 no total, paramos no shopping antes para comprar lanchinhos pro dia e seguimos viagem.
Atalhos, transito, atalhos, lava carros, estrada... Chegamos à entrada da praia, um pouco de terra e areia, visual da praia ao fundo... Estacionamos o carro antes da areia, subimos uma dunazinha e... Por que mesmo que não vim aqui antes??? A praia é linda! Longa, umas palafitas para quem queira montar acampamento ou entrar com o carro, um mar gigante e verde à frente, o céu azul, azul... Aquele dia simplesmente perfeito de praia! Mergulinho no mar, papinho na areia, solzinho, musiquinha... Soninho... Depois cartas, sim, sueca... Ai, ai, cansativo!!! Deixo três fotinhos!



Voltamos da praia e noite! Sim, sábado, né? Tem que ter! Fomos mais uma vez ao Chill Out, mas dessa vez fomos mais cedo! Jantamos no Caribe, grelhada mista, hummm... Depois fomos direto para a night! Começou cedo e terminou tarde! Éramos muitos, sai pela primeira vez com muitos que estão aqui há anos já! Muito divertida! Final da noite, quase 5, o Chill Out prestes a fechar, quizomba, rock, nós e mais uns poucos na pista... Fechamos a noite, exaustos!!! Mas sem problemas, mesmo que no domingo estivéssemos ressacados e moles... Segunda era feriado!!! E assim foi! Domingo, nada fizemos! Ok, ok, um filminho e um jantarzinho, macarrão com carne moída, ou melhor, para não ficar pobre segundo a Ana, Spaghetti a Bolonhesa... hehehe

Segunda então, acordamos, e... Feriado!!! Bom, então... Vamos pra praia e mais uma praia nova pra mim! Fomo para a ilha do Eládio! Na verdade, na verdade, não é bem do Eladio! Ele tomou posse depois de lá estar, mas é uma faixa de areia no Mussulo perto da ilha dos padres, onde tem uma igreja abandonada e destroços de construção... Alguns dos meninos disseram ter marcas de tiros, mas... Não fui à exploração! Dia super agradável de praia! Só o nosso grupo, a água demora a passar da cintura mesmo com a maré cheia! Lindo o lugarzinho... Deixo algumas fotinhos de lá também!

Fechamos esse final de semana com uma cervejinha e petiscos no Escondidinho! Minha terceira descoberta neste final de semana! Um barzinho, restaurante relativamente perto de casa, na região, para os que conhecem a caminho do Gameck, muito agradável! Não ficamos nas mesas com rede, mas algumas delas possuem redes que você pode ficar deitado conversando, com muita vegetação e uma gracinha! Com certeza um ótimo lugar para passar o final da tarde!

Esse final de semana foi delicioso! Lugares novos, belezas incomparáveis que valeram até uma reedição na minha Top Five List das praias daqui! Digamos que os dois primeiros postos não foram alterados, mas o terceiro e o quarto agora possuem novos donos! Fica assim então:
1- Língua do Mussulo
2- Praia dos Surfistas
3- Palmeirinhas
4- Barra do Kwanza
5- Ilha do Eladio

PS: Essa semana, em homenagem ao dia dos namorados... Todos os dias, vou tentar, algum comentário, link ou relato relacionado ao tema! Frivolidade? Romantismo antiquado? Tolice? Relevância? Não importa... Hoje, o link para o blog Papo de Homem contando 10 curiosidades sobre o beijo! Sabia que os romanos tinham 3 tipos de beijo? E que o beijo francês não tem nem 100 anos? E que já existiu a Liga Antibeijo? ;)

http://papodehomem.com.br/10-curiosidades-sobre-o-beijo/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Bonito isso.... :P

Hoje acordei de bom humor!!! Logo cedo li um texto sobre beijos...

Sinceramente não sei do que gosto mais, um beijo ou um abraço! Posso passar horas aqui falando de um ou de outro, mas hoje só quero deixar um verso do poeta espanhol Gustavo Adolfo Bécquer que li no texto!

"Por um olhar, um mundo. Por um sorriso, um céu. Por um beijo... eu não sei o que lhe daria por um beijo"

Um beijo!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vida que segue...

Esse post é daqueles onde decidi falar de coisas que estão passando pela minha cabeça e não do que aconteceu comigo ou que vivi por aqui... Isso não quer dizer que vou deixar de falar sobre as duas novas praias que conheci aqui e que são lindas, mas vou deixar para o próximo!

Há algum tempo que venho praticando o hábito de escrever as coisas que sinto e, na grande maioria das vezes, guardo esses textos só pra mim. É uma boa forma de desabafar, de tirar aquilo que está de alguma forma me perturbando... Não sei se é a melhor forma, mas tem funcionado! Quando acho que vale a pena esses textos são entregues, repassados e nesse caso postado.

O vôo da Air France que caiu no oceano Atlântico fazendo o trajeto Rio-Paris foi uma grande tragédia e pessoalmente me fez reviver sentimentos que acho que na verdade nunca serão eternamente superados.

Em 2006, houve um acidente de avião, pequeno, que nunca entra nos históricos dos acidentes, que parece ter sido esquecido por jornalistas, mas que nele estava o meu chefe na época e eu e toda a equipe, no vôo seguinte. Digo seguinte, no vôo que partiu uma hora depois, na mesma companhia, que já sabia do ocorrido, e que era o padrão da equipe, mas naquele dia, o meu chefe precisava chegar mais cedo em casa.

Nesse dia, cheguei a casa e, depois de algumas horas só, soube que o avião estava sumido. Assustada, agoniada e mesmo com a perna imobilizada voltei para o aeroporto junto com a minha irmã, que mesmo sem saber foi extremamente importante pra mim ela estar ali comigo. A sensação de angústia, de não ter notícias, de ter esperanças, de estar ali em segurança por questão de minutos, de não conseguir entender os motivos, de esperar qualquer vestígio, de ter se despedido de alguém no aeroporto e depois saber que nunca mais vai vê-lo é simplesmente terrível e, descobri de novo, que inesquecível.

Sim, o avião é o meio de transporte mais seguro! É muito mais provável morrer em um acidente de carro do que em uma queda de avião, mas o que acontece é que, quando cai um avião, são muitas vidas! É muito impressionante! E no jogo probabilidade x impressão... A impressão ganha com placar largo! Não deixei de voar, ninguém daquela equipe deixou. Tivemos apoio da empresa, psicóloga especializada nos auxiliando, mas tem coisas que simplesmente ficam!

Segunda, quando soube do acidente, foi um susto. Só consegui pensar em um amigo que faz esse trajeto amanhã! Comecei a fazer contas, tentar lembrar da data da viagem... Confesso um alívio ao saber que ele não estava ali. Minha irmã dessa vez, infelizmente, conhecia uma pessoa que estava naquele vôo e fico muito chateada de não poder ter estado com ela quando soube, mas tenho certeza de que ela sabe que de alguma forma estou com ela!

Acho que isso é uma daquelas coisas da vida que nos constroem de alguma forma, você só tem que decidir como...